Economia

Greve da Portway nos aeroportos: as 21 companhias aéreas que podem ser afetadas

Quase 100 voos já foram cancelados em Lisboa e no Porto.

PATRICIA DE MELO MOREIRA

SIC Notícias

Lusa

Os trabalhadores da Portway dão esta sexta-feira início a uma greve de três dias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac). Quase 100 voos já foram cancelados em Lisboa e no Porto.

A paralisação, marcada para esta sexta-feira, sábado e domingo, contesta "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", indicou o sindicato.

O pré-aviso prevê a paralisação geral dos trabalhadores da empresa de assistência em terra, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, com início às 00:00 desta sexta-feira e fim às 24:00 de domingo.

No Porto, está previsto o cancelamento de pelo menos 35 voos ao longo desta sexta-feira e o sindicato fala numa adesão de 75% dos trabalhadores, durante a manhã, segundo adianta a repórter Márcia Torres.

No aeroporto de Lisboa, até às 10:20, tinha sido canceladas 31 chegadas e 27 partidas, segundo o site da ANA - Aeroportos de Portugal.

Um "clima de terror psicológico"

O Sintac acusa a Portway de promover um "clima de terror psicológico, onde proliferam ameaças e instauração de processos disciplinares, criando uma instabilidade social sem ímpar na história da empresa", e os trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões.

O Sintac quer ainda o pagamento de feriados a 100% a todos os trabalhadores e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.

A ANA - Aeroportos de Portugal e a Portway alertaram na quinta-feira para possíveis perturbações em 21 companhias aéreas que operam nos aeroportos nacionais.

Numa nota divulgada nos seus 'sites' a gestora dos aeroportos nacionais, detida pela Vinci, e a empresa de assistência em terra, do mesmo grupo, publicaram uma lista de "companhias aéreas cujos voos poderão ser afetados pela greve convocada por um sindicato" na empresa de assistência em terra.

As companhias em causa são:

  1. Aegean
  2. Air Canada
  3. Air Transat
  4. American Airlines
  5. Blue Air
  6. Brussels Airlines
  7. Cabo Verde Airlines
  8. Easyjet
  9. Euroatlantic
  10. Eurowings
  11. Finnair
  12. Flyone
  13. Latam
  14. Luxair
  15. Norwegian
  16. TAAG
  17. Transavia
  18. Tunisair
  19. Turkish Airlines
  20. Volotea
  21. Wizz Air

Estas empresas recorrem aos serviços da Portway, sendo que existe outra empresa de 'handling' em Portugal, a Groundforce.

Num comunicado, na quinta-feira de manhã, a Portway deu conta da possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais, devido à greve, lamentando "os incómodos que esta situação venha a causar aos passageiros".

Tendo em conta o impacto que a greve pode ter nas operações aeroportuárias, a empresa aconselhou ainda os viajantes a confirmarem os respetivos voos junto das companhias aéreas, antes de se dirigirem para os aeroportos, sendo que as referências às companhias aéreas afetadas pela paralisação estarão em atualização permanente neste site.

O sindicato e a Portway não chegaram a acordo quanto à definição dos serviços mínimos para a greve, depois de uma reunião com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Entretanto, o Sintac referiu ter conhecimento de que podem ser chamados colaboradores de empresas de trabalho temporário, "com experiência quase nula, que poderão vir a colocar em causa a segurança de voo".

Por sua vez, a Portway disse que "repudia veementemente qualquer acusação de cedências ou facilitismos operacionais".

Esta semana, o Sintac acusou ainda o Governo de ter lançado um despacho "que viola o direito à greve" dos trabalhadores da Portway que prestam assistência a pessoas com mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais e pediu a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), garantindo que a Portway está a "comprometer" os direitos dos trabalhadores

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