Economia

Preço da eletricidade: o mecanismo ibérico mexe na carteira dos consumidores domésticos?

As explicações do engenheiro e ex-ministro Luís Mira Amaral.

SIC Notícias

Luís Mira Amaral, coordenador do Observatório da Energia e Indústria da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social), transmitiu esta segunda-feira "uma palavra de tranquilidade" aos consumidores domésticos depois de "declarações exageradas" do presidente da Endesa, numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

Em entrevista à SIC Notícias, o engenheiro e ex-ministro da Indústria e Energia explicou que os consumidores domésticos não estão sujeitos ao mecanismo ibérico, acordado com Bruxelas, uma vez que têm, normalmente, contratos com preços fixos. O mesmo não acontece em Espanha, onde os consumidores estão mais expostos ao mercado grossista.

Em Portugal, os consumidores industriais é que têm os preços indexados ao mercado grossista, o que faz com que sejam os principais beneficiários do mecanismo ibérico.

Os que estão indexados ao mercado grossista são, de grosso modo, os consumidores industriais, que representam 18 a 29% dos consumidores portugueses e foi por isso que o Governo criou o famoso mecanismo.

É nesses casos que Mira Amaral admite que possa haver algum aumento de preços para as empresas consumidoras de energia. Mas, segundo defendeu, "o Governo tem razão" porque "mesmo que venham a acontecer os aumentos, serão menores graças ao mecanismo".

Mesmo assim, o ex-ministro pede que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) simule como estaria o preço do gás sem o mecanismo ibérico em vigor e compare com os preços que estão a ser praticados, promovendo assim a transparência.

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