O Serviço Nacional de Saúde integrava cerca de 146 mil trabalhadores no final de 2021, 13.000 a mais do que em 2019. Um número quase 20% do emprego total das administrações públicas, revela um relatório divulgado esta quarta-feira.
Os dados constam do relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) sobre a evolução do desempenho do SNS em 2021. Revelam que o número de trabalhadores das entidades que integram o SNS “tem aumentado ao longo dos últimos anos”, tendo atingido os 145.974 no final do último ano.
“No final do ano passado, o SNS representava 19,9% do emprego total das administrações públicas, que totalizava 733.495 postos de trabalho, constituindo-se como o segundo maior empregador público, logo atrás do Ministério da Educação”, avança o documento do organismo independente liderado por Nazaré da Costa Cabral.
De acordo com o CFP, o aumento de trabalhadores entre 2019 e 2021 foi transversal a todos os grupos profissionais, com o SNS a contar com mais 4.448 enfermeiros (9,8%), 3.935 assistentes operacionais (14,6%), 1.434 assistentes técnicos (8,9%) e 1.360 médicos (4,7%).
O relatório salienta também que, desde 2016, a despesa com pessoal tem vindo a crescer a taxas anuais acima dos 5%, atingindo o crescimento anual máximo de 8% em 2019.
O aumento ocorrido em 2021 é o terceiro maior do período em análise, superado apenas pelo crescimento de 8% em 2019 e de 7,5% em 2020, refletindo o crescimento da componente variável das remunerações como horas extraordinárias e suplementos, mas sobretudo a evolução do número de novos trabalhadores.
“A conjugação destes efeitos tem originado um aumento da despesa média por trabalhador do SNS, a qual passou para 34.366 euros em 2021, mais 3,9% que em 2020”, avança o documento.
Ainda em 2021, foram contratadas mais de 4,9 milhões de horas a prestadores de serviços externos (médicos, na sua grande maioria), representando uma despesa de 142,1 milhões de euros.
O Conselho das Finanças Públicas, que iniciou a sua atividade em fevereiro de 2021, é um organismo independente que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais em Portugal e a sustentabilidade das finanças públicas.
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