O aumento dos preços dos combustíveis está a por em causa os mercados ambulantes nas aldeias. Em Vila Real, há mesmo quem já tenha mudado de negócio. É uma perda, sobretudo, para os idosos que vivem mais isolados e têm dificuldade em se deslocar para ir às compras.
Há um mês, Margarida Cruz mudou de vida. A mulher que apostou tudo num mercado ambulante foi vencida pelo aumento das despesas. A carrinha está agora à venda parada à porta do minimercado que alugou numa localidade perto de Vila Real.
Até junho ainda vai sair três tardes por semana com a mercearia ambulante pelas aldeias da região de Vila Real. Depois vai fazer também entregas por encomenda.
Em Vila Verde, já se sente a falta do pequeno negócio que vinha todas as sextas de manhã. O caso de José Morais, que saia diariamente para vender frangos e agora reduziu a volta para três dias. Num dia bom vendia 40 a 50 aves. Hoje vendeu à volta de 10.
Os negócios que andavam sobre rodas começam a não ter combustível para se fazer à estrada. Perdem os proprietários e os clientes que veem as aldeias cada vez mais isoladas.
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