Economia

Ministra reconhece que redução do défice no SNS ficou aquém do previsto

Justifica com o aumento dos custos com pessoal.

TIAGO PETINGA

Lusa

A ministra da Saúde reconheceu hoje que a redução do défice do SNS em 2019 para 621 milhões ficou aquém do que estava previsto, sublinhando o aumento dos custos com pessoal, sobretudo com contratações, descongelamentos e valorizações remuneratórias.

"Aquilo que conseguimos alcançar em 2019 foi uma redução do défice do SNS em relação aos resultados finais de 2018. Contudo, por diversos fatores, designadamente custos com pessoal (...), fruto de um conjunto de escolhas de fizemos ao nível da contratação, dos descongelamentos e das valorizações remuneratórias implicaram que tivéssemos um crescimento despesa", afirmou Marta Temido.

A governante, que falava no auditório da Caixa Geral de Depósitos - Culturgest, em Lisboa, realçou ainda que, ao longo do ano de 2019, houve reforços no orçamento do Serviço Nacional de Saúde na casa dos 1.000 milhões de euros e que, desses, "mais de 600 milhões foram apenas para liquidação de pagamentos em atraso".

"Cerca de 300 milhões de euros entraram na conta do SNS, ajudando a melhorar o défice, mas mais de 600 milhões foram apenas para liquidação de pagamentos em atraso. Se tivessem entrado também na conta do SNS teríamos um resultado na ordem daquele que nos propomos a atingir em 2020, ou seja, o equilíbrio financeiro", explicou.

Marta Temido reconheceu que os números alcançados "são importantes para o que foi o esforço do SNS de aumentar a resposta aos portugueses em termos de cuidados de saúde".

"Dão a expectativa de que, em 2020, vai ser possível cumprir o que nos propomos: mais atividade assistencial, com sustentabilidade do SNS, e, sobretudo, (...) com pagamentos em atraso iniciais bastante controlados, o que não desfaz do esforço de continuar a trabalhar para ter boas contas", acrescentou.

Défice de 621 milhões nas contas do SNS

A SIC teve acesso às contas do Serviço Nacional de Saúde que, no ano passado, teve um buraco de 621 milhões de euros nas contas.

O Governo garante que as dívidas em atraso até baixaram em relação aos anos anteriores, mas os desequilibrios mantêm-se.

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