Economia

INE confirma crescimento económico de 2,1% em 2018

A economia cresceu mas menos 0,7 pontos percentuais do que o registado no ano anterior e abaixo da previsão do Governo, que esperava 2,3%.

Francisco Seco

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje que a economia portuguesa cresceu 2,1% em 2018, menos 0,7 pontos percentuais do que o registado no ano anterior e abaixo da previsão do Governo, que esperava 2,3%.

O INE confirma, assim, no destaque das Contas Nacionais Trimestrais relativas ao ano passado, os valores da estimativa rápida publicada em 14 de fevereiro.

"Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 2,1% em volume, menos 0,7 pontos percentuais (p.p.) que o verificado no ano anterior", refere hoje o Instituto.

Em termos nominais, o PIB aumentou 3,6% (4,4% em 2017), tendo atingido 201,5 mil milhões de euros.

O INE explica que a procura externa líquida registou um contributo de -0,7 p.p. para a variação em volume do PIB (-0,3 p.p. em 2017), verificando-se uma desaceleração das Exportações de Bens e Serviços mais acentuada que a das Importações de Bens e Serviços.

O contributo positivo da procura interna diminuiu para 2,8 p.p. (3,1 p.p. em 2017), refletindo o crescimento menos intenso do investimento. Em termos nominais, o Saldo Externo de Bens e Serviços representou 0,1% do PIB (0,8% em 2017).
Já só no quarto trimestre de 2018, o PIB registou uma taxa de variação homóloga de 1,7%, tendo sido de 2,1% no trimestre anterior.

"O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB passou de -0,3 p.p. no terceiro trimestre para -1,6 p.p., refletindo uma diminuição em volume das exportações de bens. Em sentido oposto, o contributo positivo da procura interna aumentou para 3,3 p.p. no quarto trimestre (2,4 p.p. no trimestre anterior), devido à aceleração do investimento e do consumo privado", refere o INE.

Tendo em conta a comparação com o terceiro trimestre de 2018, o PIB aumentou em termos reais 0,4% (0,3% no trimestre anterior).

"O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi menos negativo, enquanto o contributo positivo da procura interna foi inferior ao observado no terceiro trimestre", acrescentam.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, já apontou a greve dos estivadores como uma explicação para o aumento do PIB abaixo da meta inscrita no Orçamento do Estado.

"É possível que uma parte da explicação esteja no comportamento das exportações no final do ano, devido à greve dos estivadores no Porto de Setúbal, que teve um impacto nos meses de novembro e dezembro" de 2018, afirmou o governante em conferência de imprensa em Lisboa, no dia em que o INE divulgou a estimativa rápida.

O Governo antecipou uma expansão de 2,3% do PIB em 2018, mais otimista do que a previsão da Comissão Europeia, de 2,1%, e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 2,2%.

Para 2019, o executivo espera uma expansão da economia de 2,2%.

Últimas