Economia

Rainha de Inglaterra e administração Trump expostas em nova fuga sobre offshores

Isabel II e as relações financeiras entre governantes norte-americanos e russos surgem nos Paradise Papers, uma nova fuga de informação sobre paraísos fiscais divulgada pelo consórcio de jornalistas que lançou os Panama Papers.

© POOL New / Reuters

Última atualização às 9:24

São 13,4 milhões de ficheiros revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), que comprometem 127 políticos de todo mundo, empresários, artistas e futebolistas com sociedades em paraísos fiscais.

Entre eles, estão a rainha Isabel II de Inglaterra; o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; o antigo chanceler alemão Gerhard Schröder; Stephen Bronfman, angariador de fundos da campanha eleitoral do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau; os cantores Bono (U2) e Madonna, além de mais de uma dúzia de financiadores, conselheiros e membros do governo de Donald Trump (EUA).

Grandes multinacionais, como a Apple, a Nike e a Uber, também estão envolvidas.

A fuga, que envolve paraísos fiscais com sede nas Bermudas e na Singapura, revela que o multimilionário Wilbur Ross estará por detrás de uma teia de companhias offshore.

Além disso, o atual secretário do Comércio de Donald Trump surge associado a uma empresa de transporte marítimo que terá recebido quase 68 milhões de euros de uma empresa de energia detida pelo genro do Presidente russo Vladimir Putin.

Há ainda 70 portugueses envolvidos, entre eles antigos administradores do Grupo Espírito Santo e do BPN, segundo o jornal Expresso, que está a investigar a parte sobre Portugal no âmbito desta operação.

Os documentos, que abarcam um período de 70 anos, têm origem numa fuga de informação de ficheiros do escritório de advogados Appleby, com sede nas Bermudas, e da empresa familiar especializada na gestão de offshores, sedeada em Singapura.

De acordo com os quase 100 meios de comunicação, num total de 382 jornalistas, que participaram na investigação, esta é a maior fuga de sempre de documentos de paraísos fiscais e tem uma relevância "ainda mais importante que os Panama Papers".

Desde o início de abril de 2016, os Panama Papers, baseados em cerca de 11,5 milhões de documentos provenientes da sociedade de advogados Mossack Fonseca, levaram à abertura de muitos inquéritos em todo o mundo e à demissão do primeiro-ministro islandês e de um ministro espanhol.

Com Lusa

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