Economia

Bruxelas espera que Portugal cumpra metas do défice para 2014 e 2015

A Comissão Europeia afirmou hoje que Portugal  deve "aplicar plenamente a estratégia orçamental" para atingir os 4% de  défice em 2014 e 2,5% em 2015 e "limitar o recurso a medidas extraordinárias  ou temporárias". 

As posições do executivo comunitário constam das recomendações no âmbito  do semestre europeu, divulgadas hoje em Bruxelas e apresentadas pelo presidente  da Comissão Europeia, Durão Barroso, e pelos comissários Olli Rehn, Lazlo  Andor e Algirdas Semeta. 

Para a Comissão, o Governo português deve "aplicar plenamente a estratégia  orçamental de 2014, a fim de atingir os objetivos orçamentais e evitar a  acumulação de novos atrasos nos pagamentos [a fornecedores]" e "relativamente  ao ano de 2015 aplicar rigorosamente a estratégia orçamental conforme estabelecido  no Documento de Estratégia Orçamental, a fim de reduzir o défice para 2,5%  do PIB, em sintonia com a meta fixada na recomendação formulada no âmbito  do procedimento relativo aos défices excessivos". 

Na passada sexta-feira, o Tribunal Constitucional chumbou três normas  do Orçamento do Estado para 2014, designadamente os cortes dos salários  dos funcionários públicos a partir dos 675 euros (embora esta decisão não  tenha efeitos retroativos), a aplicação de taxas sobre os subsídios de doença  (5%) e de desemprego (6%) e o cálculo das pensões de sobrevivência.  

"A correção da situação de défice excessivo deverá ser efetuada de uma  forma sustentável e favorável ao crescimento, limitando o recurso a medidas  extraordinárias/temporárias. Após a correção da situação de défice excessivo,  prosseguir o ajustamento estrutural anual programado no sentido do objetivo  a médio prazo, em conformidade com o requisito de um ajustamento estrutural  anual de, pelo menos, 0,5% do PIB, e superior em períodos favoráveis, e  assegurar que a regra relativa à dívida seja cumprida a fim de colocar o  elevado rácio da dívida geral numa trajetória sustentável", sustenta o executivo  comunitário. 

Bruxelas advoga ainda que Portugal deve "dar prioridade à consolidação  orçamental baseada nas despesas e aumentar a eficiência e qualidade das  despesas públicas", com "um controlo rigoroso das despesas da administração  central, regional e local", e "desenvolver uma solução duradoura, a fim  de assegurar a sustentabilidade a médio prazo do sistema de pensões até  ao final de 2014".  

Melhorar o controlo do cumprimento das obrigações fiscais e a luta  contra a evasão fiscal mediante o aumento da eficiência da administração  fiscal", bem como "aplicar eficazmente tabelas únicas de salários e suplementos  no setor público a partir de 2015" são outras das recomendações feitas pela  Comissão. 

 

Lua

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