O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, acusou este sábado a anterior direção de ter "omitido" e "escondido" dos sócios a situação financeira que levou a UEFA a punir o clube por incumprimento do fair-play financeiro.
"Era um processo que sabíamos que estava em curso, mas que a anterior direção, estrategicamente, omitiu, lamentavelmente, por conta do ato eleitoral, decidiram não comunicar a verdade aos associados. É uma situação grave que nos limita e que muita pressão vai causar sobre a próxima gestão. Todo o cuidado é pouco", disse.
Em causa está a multa imposta pela UEFA de 1,5 milhões de euros porque o FC Porto não cumpriu o fair-play financeiro. Para além da coima, os dragões também foram punidos com exclusão, com pena suspensa por dois anos, de participação nas competições europeias.
Sobre o pagamento da multa, Villas-Boas lembrou que "haverá acerto de contas com a UEFA" face às verbas a receber pelo clube pela participação nas competições europeias de futebol, acrescentando que a direção que lidera está já a trabalhar "no projeto de reestruturação financeira" que envolve "futuros investidores" e negociações com "a banca internacional".
Sobre as notícias que davam conta de um eventual atraso no pagamento de salários no clube, André Villas-Boas diz que "não correspondem, totalmente, à verdade" e que em causa está uma forma diferente de gestão, tendo a atual direção encontrado "um grupo de investidores" diferente dos que existiam e que suportavam o pagamento de algumas dívidas da SAD, tendo a transição criado a situação, mas já "resolvida", disse.
Mas estas não são as únicas polémicas associadas ao FC do Porto. Fernando e Sandra Madureira demitiram-se da Direção dos Super Dragões por causa da Operação Pretoriano.
André Villas-Boas admite alterações nos protocolos com as claques.
"No futuro serão revistos e novos protocolos darão começo a outro tipo de relação. O que me importa perceber é a extensão que o FC Porto sofreu em termos de tesouraria neste caso."
E quanto ao futuro de Sérgio Conceição, a dúvida mantém-se.
"Neste momento é importante que a equipa tenha tranquilidade de trabalho, e foi por isso que a minha conversa com o treinador foi nesse sentido, dar estabilidade ao grupo de trabalho para que não tivéssemos outros dossiês em cima da mesa que pudessem causar disrupção ao próprio ambiente do grupo e ao treinador. Pelo que essa reunião e toda a sua profundidade será tomada depois da Final da Taça."
Encontro que está marcado no próximo fim de semana frente ao Sporting no Estádio Nacional.