Desporto

No fim das contas, as contas estão sempre certas

Artigo de opinião de Duarte Gomes. A Primeira Liga Portuguesa, agora na sua reta final, realiza-se entre os meses de agosto e maio.
Katsumi Murouchi/Getty Images

Duarte Gomes

Pouco mais de nove meses de competição, preenchidos por 34 jornadas, que são disputadas por um total de 18 equipas.

A prova passa pelo verão, outono, inverno e primavera. E também pelas férias de Natal, pelas festas do Réveillon, pelo Carnaval e pela Páscoa.

Sol, calor, tempo frio, nublado, ventoso ou chuvoso. Há de tudo um pouco em tanto tempo de bola.

Jogadores, treinadores e dirigentes sujeitam-se a tudo isso durante largos meses, na esperança de cumprirem os seus objetivos desportivos: a manutenção, a promoção (ou o evitar de despromoção), o primeiro lugar ou o apuramento para as provas europeias da época seguinte.

Também as equipas de arbitragem indicadas para dirigirem esses jogos têm as suas metas profissionais e pessoais bem definidas: querem realizar trabalhos com qualidade, contribuindo para a verdade desportiva porque sabem que será apenas isso a alavancar (ou bloquear) a progressão na carreira.

Ao contrário das finais ou dos "jogos a eliminar" disputados a duas mãos, os campeonatos são provas de longa duração. Provas em que o vencedor é quase sempre a equipa mais regular e consistente.

Quem ganha uma liga merece sempre ganhá-la. Sempre.

Ainda que exista "benefício" aqui ou "prejuízo" ali, ainda que um clube tenha mais ou menos lesões do que o habitual, ainda que sofra com mais ou menos suspensões dos seus atletas, a equipa mais forte, mais regular e que melhor domina as variáveis que apenas dependem de si ganha mais vezes do que todas as outras.

E, pela mesma ordem de ideias, aquela que for menos consistente fica para trás. Não é matemático, mas é quase.

As arbitragens podem ter, sim, influência negativa ou positiva no desenrolar de alguns jogos: um penálti mal assinalado que resulte em golo pode definir um resultado, tal como uma vantagem bem aplicada pode levar a um golo justo.

Mas, não tenham dúvidas, tudo isso dilui-se em 34 jogos.

A opinião pode ser controversa e merecer justo contraditório (obviamente), mas é a de alguém que esteve lá dentro tempo suficiente para perceber que, no fim das contas, as contas estão sempre certas.

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