Desporto

Da epopeia de Messi à coroação de Aitana: um resumo da Bola de Ouro 2023

Os principais prémios da noite ficaram nas mãos dos favoritos. Mas a Bola de Ouro, com um português entre os 10 melhores do mundo, teve muito mais. Veja aqui um resumo da cerimónia em Paris.

Messi e Aitana
Ballon d'Or/France Football

Daniel Pascoal

O Théâtre du Châtelet foi o palco da cerimónia da Bola de Ouro. O palco de mais uma epopeia de Lionel Messi, que conquistou o seu oitavo (e provavelmente último) galardão. O palco da coroação de Aitana Bonmati, símbolo de uma seleção Espanhola brilhante e de uma causa maior que o desporto. Mas houve mais em Paris.

Enquanto os nomes das listas mais esperadas começavam a ser revelados, os primeiros galardões eram entregues. A começar pelos mais novos.

Belingham está na moda

Jude Belingham, o nome do momento no futebol mundial, ganhou o Prémio Kopa, entregue aos atletas com até 21 anos. Não é exagero dizer que, hoje, aos 20 anos, o inglês já é um dos melhores do mundo.

Depois de épocas em destaque ao serviço do Borussia Dortmund, na Alemanha, subiu a fasquia de imediato em Espanha. É um médio completo, mas está também em modo goleador e já leva 13 golos em 13 jogos na temporada.

António Silva, central do Benfica, foi o oitavo mais votado.

Vinicius em honra de Sócrates

O Prémio Sócrates tem o nome do antigo internacional brasileiro que também foi um símbolo da luta pela democracia, o doutor Sócrates (que era mesmo médico). Hoje, quem vence o prémio vem do mesmo país e também trava uma luta social.

Vinicius Júnior finta e provoca os adversários no relvado, mas o sorriso fácil ajuda a desvendar a essência fora dele. O jogador é fundador do Instituto Vini Jr, que apoia escolas públicas brasileiras e jovens de origens desfavorecidas.

Tornou-se um símbolo da luta anti-racismo no desporto, depois de denunciar uma série de episódios em Espanha.

Messi continua a escalar o Olimpo do futebol

Há alguns anos, poderia se pensar que a conta estava fechada. Mas para Messi não há missões impossíveis. A única coisa que lhe faltava na carreira foi transformada na maior conquista: o Mundial com a Argentina.

Foi este título que o catapultou para mais uma marca de quem não é deste planeta: a oitava Bola de Ouro. Cristiano Ronaldo, o segundo que mais vezes venceu o prémio, tem cinco.

Messi subiu ao palco, agradeceu a todos, principalmente aos colegas de seleção, recordou Maradona e até deixou uma menção a Haaland e Mbappé, respetivamente segundo e terceiro classificados, referindo que a Bola de Ouro “certamente será dos dois nos próximos anos”.

A fraca prestação do PSG em 2023 e a mudança para os Estados Unidos geraram algum questionamento sobre um novo prémio individual para Lionel.

Mas a verdade é que a história com a Argentina é quase irrepetível e, somada ao excelente início de época, a metade inicial da época foi o bastante para Messi chegar à cerimónia com um favoritismo que se fez cumprir.

Nada faltou à rainha Aitana

Aitana Bonmati viveu uma época de sonho. Não só fez parte do Barcelona que ganhou a Champions, como regeu a Espanha até o inédito título do Mundial, igualando o que, entre os homens, só a turma de Xavi e Iniesta tinha conseguido, em 2010.

Em 2022/23, deixou 17 golos e 21 assistências em 37 jogos.

A jogadora já tinha sido eleita a melhor do Mundial, a melhor do ano para a UEFA - quando subiu ao palco para levantar a bandeira do direito das mulheres - e era favorita ao prémio da France Football. Ganhou.

O goleador e a muralha

Houve ainda outros prémios, individuais e coletivos, entregues pela France Football na noite desta segunda-feira.

Erling Haaland, que beliscou a Bola de Ouro, já sabia que seria vencedor do Troféu Gerd Muller, que vai para o jogador com mais golos na temporada. E ninguém faturou como o norueguês em 2022/23: foram 56 tentos.

Emiliano Martinez conquistou o Troféu Yashin, entregue ao melhor guarda-redes. O guardião do Aston Villa esteve em alta no Mundial do Qatar e foi fundamental para a conquista da Argentina.

As melhores equipas falam a mesma língua

O Barcelona foi eleito o melhor clube feminino, enquanto o Manchester City recebeu o prémio no masculino.

Um é de Espanha, outro de Inglaterra, mas a forma de jogar tem as suas semelhanças, não fosse Pep Guardiola, o treinador dos citizens, um filho da Catalunha e de La Masia, a escola de formação do Barça.

Em comum, as duas equipas também conquistaram a Liga dos Campeões, além dos seus respetivos campeonatos nacionais, em 2022/23.

Vamos às listas

Rúben Dias abriu o top 30 da Bola de Ouro entre os homens, numa edição que não teve Cristiano Ronaldo pela primeira vez em 20 anos. Bernardo Silva foi o português em melhor plano, tendo figurado no top 10.

O top 30 da Bola de Ouro masculina:

30.º - Rúben Dias
28.º - Martin Odegaard
28.º - Randal Kolo Muani
27.º - Nicolo Barella
26.º - Jamal Musiala
25.º - Josko Gvardiol
24.º - Bukayo Saka
23.º - André Onana
22.º - Kim Min-Jae
21.º - Antoine Griezmann
20.º - Lautaro Martinez
19.º - Harry Kane
18.º - Jude Bellingham
17.º - Khvicha Kvaratskhelia
16.º - Karim Benzema
15.º - Emiliano Martínez
14.º - Ilkay Gundogan
13.º - Yassine Bounou
12.º - Robert Lewandowski
11.º - Mohamed Salah
10.º - Luka Modric
9.º - Bernardo Silva
8.º - Victor Osimhen
7.º - Julian Alvarez
6.º - Vinicius Júnior
5.º - Rodri
4.º - Kevin De Bruyne
3.º - Kylian Mbappé
2.º - Erling Haaland
1.º - Lionel Messi

O top 30 da Bola de Ouro feminina:

29 - Daphne Van Domselaar
29 - Jill Roord
28 - Debinha
27 - Yui Hasegawa
26 - Wendie Renard
25 - Sophia Smith
24 - Khadija Shaw
23 - Georgia Stanway
22 - Katie Mccabe
21 - Alba Redondo
20 - Asisat Oshoala
19 - Guro Reiten
18 - Ewa Pajor
17 - Hayley Raso
16 - Mapi Leon
15 - Amanda Ilestedt
14 - Kadidiatou Diani
13 - Lena Aberdorf
12 - Hinata Miyazawa
11 - Millie Bright
10 - Rachel Daly
9 - Linda Caicedo
8 - Patricia Guijarro
7 - Alexandra Popp
6 - Olga Carmona
5 - Mary Earps
4 - Fridolina Rolfo
3 - Salma Paralluelo
2 - Sam Kerr
1 - Aitana Bonmati

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