Desporto

Aitana Bonmatí, a melhor jogadora que não se calou contra o "abuso de poder"

“Ganhámos o Mundial, mas não estamos a falar muito disso, pois aconteceram coisas que não gostaria que tivessem acontecido", lamenta a internacional espanhola, em referência às ações de Luis Rubiales.

Aitana Bonmatí
Valerio Pennicino - UEFA

Daniel Pascoal

Estão fechados os grupos da Liga dos Campeões, com três clubes portugueses em prova. Mas o evento da UEFA teve muito mais. As duas mulheres premiadas - melhor jogadora e melhor treinadora - fizeram questão de comentar o caso que manchou o futebol espanhol nas últimas semanas.

Aitana Bonmatí, que comandou o meio campo do Barcelona e de Espanha rumo aos dois troféus mais importantes da época (Champions e Mundial), foi eleita a melhor futebolista do ano para a UEFA.

A tecnicista jogadora espanhola, que habituou-se a guardar a bola dos adversários, não segurou as palavras quando subiu ao palco.

“Ganhámos o Mundial, mas não estamos a falar muito disso, pois aconteceram coisas que não gostaria que tivessem acontecido. Creio que nós, como sociedade, não devemos permitir o abuso de poder numa relação laboral, nem faltas de respeito”, afirmou, em relação ao beijo não consentido que Luis Rubiales deu à Jenni Hermoso.

Aitana deixou uma palavra de solidariedade à colega de equipa, mas também a “todas as mulheres que sofrem do mesmo”. Agradeceu também ao gesto de Sarina Wiegman, a selecionadora de Inglaterra, que a defrontou na final do Mundial.

“Magoa-me como treinadora, mãe e esposa”

Wiegman foi eleita a treinadora do ano, mas dedicou o prémio às jogadoras espanholas.

“O desporto tem crescido tanto, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido no futebol feminino e na sociedade (…) Todos sabemos sobre os problemas em torno da Seleção de Espanha. Magoa-me como treinadora, como mãe de duas filhas, como esposa e como ser-humano”.

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