Em entrevista ao jornalista Piers Morgan, Luis Rubiales anunciou este domingo que se vai demitir do comando da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), após três semanas do título mundial de Espanha e da polémica em torno do beijo à jogadora Jenni Hermoso.
"Hoje transmiti ao presidente em funções, Pedro Rocha, a minha renuncia ao cargo de presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com o meu cargo na UEFA, para que a minha posição na vice-presidência possa ser substituída", referiu, numa mensagem divulgada nas redes sociais.
A decisão surge após uma punição provisória da FIFA - de 90 dias - e do Ministério Público espanhol ter apresentado uma denúncia por agressão sexual no Tribunal Nacional contra o dirigente.
“Tomo esta decisão depois de me assegurar de que a minha saída contribuirá para a estabilidade que nos permitirá trazer a Copa do Mundo de 2030 para o nosso país”, afirmou Luis Rubiales.
Rubiales garantiu ainda que vai fazer tudo para que "a verdade prevaleça", mas que ficar no cargo não era positivo para o futebol espanhol.
"Depois da rápida suspensão efetuada pela FIFA, mais os restantes procedimentos abertos contra mim, é evidente que não posso voltar ao cargo. Insistir em continuar não vai contribuir em nada de positivo, nem para a federação nem para o futebol espanhol", acrescentou.
“Falei com o meu pai, com as minhas filhas, com alguns amigos muito próximos, e o conselho foi: ‘tens de te focar na tua dignidade, continuar a tua vida, porque provavelmente vais prejudicar pessoas que amas’. Pensei imenso nas últimas três semanas. Não é uma questão que só me afeta, pode afetar outras pessoas".
Um adeus sem desculpas
Rubiales também anunciou a demissão através de um comunicado, publicado nas suas redes sociais, em que classificou as críticas e as punições que recebeu ao longo das últimas semanas como parte de uma “campanha desproporcional”.
“Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por toda a campanha desproporcional (…) Minha família sofreu os efeitos das sucessivas perseguições”.
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