"Depois da partida não conseguia falar. Não tinha forças. Falei com o meu filho pelo telefone. São momentos complicados, que custam muito", disse Ricardo Costa, que não conseguiu suster as lágrimas enquanto recordava aqueles momentos.
Ainda sob o efeito da emoção, procurou passar uma mensagem positiva: "Assinei pelo Valência para ganhar títulos, mas a vida é assim. O futuro trará muitas alegrias ao clube, que tem jovens com muita qualidade. Com a grandeza que tem, o Valência conseguirá atingir os seus objetivos porque toda a gente aqui merece".
O jogador português confessou ter vivido momentos "muito complicados" durante a sua carreira, mas o de ontem (quinta-feira) foi "muito duro" por tudo o que envolveu o jogo, por causa dos "adeptos do Valência" e porque todos os jogadores tinham "tantas ilusões em fazer as coisas perfeitas".
"É duro ter o passe na mão e em dez segundos perder a oportunidade de jogar uma final europeia. Era um momento único que poderíamos ter festejado juntos, num ano complicado", disse Ricardo Costa, que não se furtou a explicar a jogada decisiva do golo de Mbia, do Sevilha, em período de compensações.
Ricardo Costa comentou assim a jogada que "matou" as esperanças do Valência em chegar à final de Turim: "Tínhamos feito o terceiro golo e toda a gente sentia que estávamos na final. Falávamos uns com os outros e pedíamos concentração num lançamento de linha lateral, de onde raramente se sofre um golo, quando eles fazem mesmo golo. Ontem (quinta-feira) não tivemos a 'estrela' para ir a Turim".
Questionado sobre a forma efusiva como o treinador do Sevilha, Unai Emery, ex-treinador do Valência, comemorou o golo que valeu a passagem à final da Liga Europa à equipa andaluz, o internacional português replicou: "Para crescer no futebol há que ser humilde. Ele está feliz agora e nós em baixo, mas a vida dá muitas voltas e pode ser que na próxima vez seja ele a conhecer o revés".
Lusa