O Museu de Lagos, no Algarve, está a trazer à luz vestígios arqueológicos de um passado milenar. As mais recentes obras do museu permitiram destapar estruturas medievais.
Quase 600 anos depois, as estruturas medievais que protegeram Lagos de múltiplos ataques piratas voltam a estar a descoberto. A equipa de arqueólogos recuperou vestígios soterrados daquilo que seriam as antigas muralhas, ruas e quarteirões da época do Infante D. Henrique.
Os artefactos vêm ao de cima com a ampliação do museu municipal para o prédio em frente – um velho estabelecimento prisional, que no século XVI, já funcionava como cadeia.
Nesta mesma rua ficaria a chamada "Porta da Vila", ladeada por duas torres: uma das entradas mais bem guardadas de Lagos medieval e onde teve lugar o primeiro grande leilão de escravos de que há registo. Se atualmente estivesse de pé, partilharia semelhanças com o emblemático Arco de São Gonçalo, localizado a poucos quarteirões de distância.
As ruínas serão visitáveis ainda antes da inauguração do novo polo arqueológico, do qual farão parte. Os visitantes do museu poderão transitar pelos vários períodos da história, sem sair do mesmo espaço, e apreciar os artefactos ao atravessar da rua.
O núcleo de arqueologia deverá abrir portas no próximo ano, com achados provenientes não só de Lagos, mas de todo o Barlavento. Este é um projeto cofinanciado a 60% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e que viu aprovada a candidatura ao programa CRESC Algarve 2020.