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Chuva de outono pinta de verde o Alentejo e traz alimento a várias espécies

O verde regressou às paisagens do Alentejo e traz alimento para os animais que habitam a região. No montado, a paisagem mais icónica da região, estão identificadas mais de 270 espécies de aves.

Daniela Alves

José Ribeiro

O Alentejo tem sido uma das regiões do país mais afetadas pela falta de água. A boa noticia é que a chuva de outono permitiu recuperar algumas reservas. O verde regressou à paisagem e há agora alimento nos campos para os animais.

É um perfeito mundo selvagem em pleno Alentejo. Uma propriedade de 1.600 hectares, onde 1.300 são casa de diversas espécies. Num safari pelas estradas privadas da Serra do Mendro, avistam-se os gamos, os veados e até os muflões. A propriedade dedica-se ao vinho e ao turismo, mas foi tudo pensado para preservar o habitat de centenas de animais.

Num ano em que o outono foi generoso em chuva para a região, há mais água e alimento para estes animais selvagens. O cenário espalha-se por todo o Alentejo e torna-se uma mais-valia, numa altura em que várias espécies de aves visitam a região.

O montado – a paisagem mais icónica do Alentejo – é o paraíso do grou, que já chegou para passar o inverno e fugir ao rigor do frio do norte da Europa. Vêm principalmente para as zonas rurais de Moura, Mourão e Castro Verde. Estão já identificadas na região mais de 270 espécies de aves.

Ainda assim, a alteração da paisagem começa a ter efeitos: há muitas zonas agrícolas a dar lugar a olivais intensivos e a amendoal. Um fator de risco para várias aves. Espécies como a abetarda ou o cisão poderão ver a sua população muito diminuída nos próximos anos, se nada for feito, como projetos de conservação de espécies em extinção.

A reintrodução do lince ibérico no Vale do Guadiana é caso de sucesso. Esta espécie ameaçada voltou a ocupar território em Portugal e Espanha. São já mais de 1.600 exemplares na Península Ibérica. Por cá, são mais de 260 espalhados por Mértola, Serpa e Alcoutim.

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