Um urso polar morreu com gripe das aves no Alasca, Estados Unidos, e, de acordo com as autoridades, é o primeiro caso de que há registo. Segundo o The Telegraph, o urso morreu em outubro em em Utqiagvik, numa zona mais a norte no Alasca, e acredita-se que tenha contraído gripe das aves ao alimentar-se de carcaças de aves marinhas.
“Este é o primeiro caso registado num urso polar”, explicou Rob Gerlach, veterinário do estado do Alasca, ao jornal britânico, depois de um teste à estirpe H5N1 ter dado positivo.
A morte do urso vem provar que a gripe das aves pode infetar humanos e mamíferos, aumentando as preocupações que o vírus possa sofrer uma mutação e adaptar-se de modo a ser mais transmissível em humanos.
Neste momento, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a gripe das aves pode infetar humanos, mas essa transmissão é muito rara. A infeção ocorre quando o vírus da gripe das aves é inalado ou entra nos olhos, nariz ou boca, ou seja, através do contacto direto ou contacto com superfícies onde estiveram aves doentes.
Importa referir também que, segundo a Direção Geral de Saúde e Veterinária (DGAV), não há evidências de que a gripe aviária possa ser transmitida aos seres humanos através do consumo de alimentos, nomeadamente, de carne de aves de capoeira e ovos.
Estima-se que o atual surto da variante altamente infecciosa do H5N1 – que começou em 2021 – tenha matado milhões de aves selvagens e milhares de mamíferos, incluindo ursos negros e ursos pardos. Nos últimos meses, relata o The Guardian, águias americanas, raposas e gaivotas estão também entre as espécies que morreram de gripe das aves no Alasca.
Também em Portugal, desde o início de novembro passado, têm sido registados casos de infeção por gripe das aves em aves selvagens, nomeadamente, em gaivotas e cegonhas. Nos anos anteriores, em 2021 e 2022, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária português confirmou vários focos de infeção por vírus da gripe aviária do subtipo H5N1 em aves domésticas e selvagens.
No início de dezembro, França aumentou o nível de risco associado à gripe das aves. Subiu de moderado para elevado, na sequência da deteção de "vários focos".