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Urso polar morre infetado com gripe das aves, é o primeiro caso registado

A morte foi confirmada pelo Departamento de Conservação Ambiental do Alasca. O urso terá contraído o vírus da gripe aviária do subtipo H5N1, uma variante altamente infecciosa.

Paul Souders

Ana Luísa Monteiro

Um urso polar morreu com gripe das aves no Alasca, Estados Unidos, e, de acordo com as autoridades, é o primeiro caso de que há registo. Segundo o The Telegraph, o urso morreu em outubro em em Utqiagvik, numa zona mais a norte no Alasca, e acredita-se que tenha contraído gripe das aves ao alimentar-se de carcaças de aves marinhas.

“Este é o primeiro caso registado num urso polar”, explicou Rob Gerlach, veterinário do estado do Alasca, ao jornal britânico, depois de um teste à estirpe H5N1 ter dado positivo.

A morte do urso vem provar que a gripe das aves pode infetar humanos e mamíferos, aumentando as preocupações que o vírus possa sofrer uma mutação e adaptar-se de modo a ser mais transmissível em humanos.

Neste momento, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a gripe das aves pode infetar humanos, mas essa transmissão é muito rara. A infeção ocorre quando o vírus da gripe das aves é inalado ou entra nos olhos, nariz ou boca, ou seja, através do contacto direto ou contacto com superfícies onde estiveram aves doentes.

Importa referir também que, segundo a Direção Geral de Saúde e Veterinária (DGAV), não há evidências de que a gripe aviária possa ser transmitida aos seres humanos através do consumo de alimentos, nomeadamente, de carne de aves de capoeira e ovos.

Estima-se que o atual surto da variante altamente infecciosa do H5N1 – que começou em 2021 – tenha matado milhões de aves selvagens e milhares de mamíferos, incluindo ursos negros e ursos pardos. Nos últimos meses, relata o The Guardian, águias americanas, raposas e gaivotas estão também entre as espécies que morreram de gripe das aves no Alasca.

Também em Portugal, desde o início de novembro passado, têm sido registados casos de infeção por gripe das aves em aves selvagens, nomeadamente, em gaivotas e cegonhas. Nos anos anteriores, em 2021 e 2022, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária português confirmou vários focos de infeção por vírus da gripe aviária do subtipo H5N1 em aves domésticas e selvagens.

No início de dezembro, França aumentou o nível de risco associado à gripe das aves. Subiu de moderado para elevado, na sequência da deteção de "vários focos".

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