Cultura

Sinéad O’Connor morre aos 56 anos

Cantora irlandesa, conhecida por sucessos como “Nothing Compares 2 U”, teve uma vida recheada de polémicas tanto no palco, como fora dele.

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SIC Notícias

Lusa

Sinéad O’Connor morreu aos 56 anos, foi esta quarta-feira avançado pela imprensa irlandesa. A cantora irlandesa, conhecida por sucessos como “Nothing Compares 2 U”, lançado em 1990, morreu apenas 18 meses depois do filho, Shane O'Connor, de 17 anos.

“É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento da nossa amada Sinéad. A sua família e amigos estão devastados e pedem privacidade neste momento difícil”, declarou fonte da família ao The Irish Times.

Uma das últimas aparições públicas da artista aconteceu em março deste ano, quando foi distinguida nos prémios RTÉ Choice Music Awards, em Dublin, na Irlanda. Sinéad O'Connor recebeu o galardão de “Classic Irish Album” (Álbum Irlândes Clássico) pelo seu segundo disco - "I Do Not Want What I Haven’t Got", lançado em 1990. A artista atuou em Portugal, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em junho de 1995.

Sinéad Marie Bernadette O'Connor nasceu precisamente na cidade em que foi homenageada, capital irlandesa, a 8 de dezembro de 1966. Deixa três filhos.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, declarou que lamenta "profundamente a morte de Sinéad O'Connor", apresentando "condolências" não só à família e amigos, mas também "a todos os que amam sua música".

"Sua música era amada em todo o mundo e o seu talento era inigualável e incomparável", escreveu o chefe do governo de Dublin na rede Twitter.

As causas da morte não foram reveladas, mas esta terá acontecido na terça-feira. Atualmente, a cantora vivia entre Londres e a capital irlandesa.

Dez álbuns lançados e o topo das tabelas

Sinéad O'Connor lançou dez álbuns de estúdio, mas um só tema marcou toda a sua carreira.

Alcançou grande sucesso internacional no início da década de 1990 com a canção "Nothing compares 2 U", composta por Prince, que logo em 1990 foi eleita pela revista Billboard como o single n.º1 do ano.

Uma vida de polémicas no palco e fora dele

Em 1992, rasgou uma fotografia do Papa João Paulo II, em direto no programa Saturday Night Live, da televisão norte-americana, num protesto contra os abusos sexuais na igreja.

Sete anos mais tarde, em 1999, O'Connor mostrar-se-ia arrependida pelo ato, quando foi ordenada sacerdotisa de uma ordem católica fundamentalista, mas sem deixar de defender as vítimas de abuso.

Em 2017, O'Connor mudou de nome para Magda Davitt e, no ano seguinte, converteu-se ao islamismo, mudando novamente o nome, desta feita para Shuhada'Sadaqat. Continuou, porém, a gravar e a apresentar-se com o seu nome de nascimento.

Nunca abandonou o papel de ativista, abordando diferentes problemáticas como abuso infantil, que confessou ter sofrido, a depressão e os problemas causados por doenças mentais, os direitos da mulher e a condenação do racismo, evocando personalidades como Martin Luther King.

Uma passagem por Portugal

Em 25 de junho de 1995, quando atuou no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, trouxe o seu então recente álbum "Universal Mother", e não cantou "Nothing Compares 2 U".

No último dos seus dois 'encores' interpretou a solo, sem acompanhamento, "Dream A Little Dream Of Me", de Mama Cass, dos Mamas and Papas.

Três anos antes, alguns dias após a participação no programa Saturday Night Live, afirmara-se sobre uma audiência hostil, no Madison Square Garden, em Nova Iorque, interpretando, também a capella, o hino anti-belicista "War", de Bob Marley.

Em 2020 publicou a autobiografia "Rememberings".

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