Cultura

Sessão de Cinema: “Bom Dia, Tristeza”

Baseado no romance de Françoise Sagan, este é um dos títulos que, em finais da década de 1950, consagrou a jovem actriz americana Jean Seberg.

João Lopes

A carreira breve, mas fulgurante, da americana Jean Seberg (1938-1979) surge muitas vezes contada a partir da sua consagração como ícone da Nova Vaga francesa e, mais concretamente, do seu papel no lendário “À Bout de Souffle/O Acossado” (1959), de Jean-Luc Godard. Na verdade, quem a descobriu, ainda em Hollywood, foi Otto Preminger através de dois títulos: “Santa Joana” (1957), uma visão épica da figura de Joana d’Arc, e “Bom Dia, Tristeza” (1958), exuberante melodrama passado na Riviera francesa.

“Bom Dia, Tristeza” é, justamente, um dos muitos clássicos que, agora, podemos descobrir ou reencontrar graças ao “streaming”. Baseado no romance homónimo de François Sagan (publicado em 1954), o filme ilustra, afinal, a riqueza temática e a sofisticação formal de um género que, na altura, se destacava na produção dos grandes estúdios americanos (Columbia Pictures, neste caso).

No centro dos acontecimentos está Anne Larsen, a personagem de Seberg, uma jovem que vive com o pai, viúvo, que mantém uma vida ligeira e irresponsável de conquistador “romântico”… O aparecimento de uma velha amiga da mãe de Anne vai mudar o panorama de forma drástica.

Preminger encena tudo isso com a subtileza e a precisão de um metódico observador das paixões humanas. Os resultados são tanto mais envolventes quanto “Bom Dia, Tristeza” conta com um elenco de muitos talentos, incluindo David Niven, Deborah Kerr e Mylène Demongeot, sem esquecer, num pequeno papel, a presença de Juliette Greco.

Para a história, registe-se que a revista “Cahiers du Cinéma” (na altura um espaço decisivo na emergência dos autores da Nova Vaga) incluiu “Bom Dia, Tristeza” no seu Top 10 referente a 1958. Sem esquecer que o genérico de abertura foi concebido pelo genial Saul Bass .

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