"Subway life" condensa cerca de 500 desenhos (de um total de três mil retratos) que António Jorge Gonçalves fez enquanto andava de metro, em dez cidades, registando em pequenos blocos as pessoas que se sentavam no seu raio de visão.
"Nunca escolhi quem queria desenhar, era sempre a pessoa que se sentava à minha frente ou perto de mim. Queria eliminar o mecanismo de seleção e essa foi uma regra para todas as cidades", recordou António Jorge Gonçalves à agência Lusa.
Os primeiros desenhos foram feitos em finais dos anos 1990, quando o ilustrador vivia em Londres, e a partir daí, definido esse "jogo do mecanismo do acaso", traçou um mapa por outras nove cidades, que abrangessem todos os continentes, para se perceber - ou não - as diferenças sociais e culturais.
Além de Londres, o autor registou passageiros em Lisboa, Tóquio, Estocolmo, São Paulo, Berlim, Atenas, Nova Iorque, Moscovo e Cairo.
Foram 800 horas a desenhar, enfrentando, por vezes, olhares curiosos, zangados, tensos, abstraídos, aborrecidos.
"Tanto podemos olhar para os desenhos com os estereótipos da nossa cabeça, como ver que somos todos diferentes ou que temos pontos de confluência entre culturas", disse.
Os desenhos estão organizados no livro de forma cronológica e mostram pessoas em pose, outras a dormir, absortas com os seus pensamentos, de olhar fixo, a conversar, a passar o tempo nos minutos que dura uma viagem de metro.
"Nunca tentei fingir que estava a fazer outra coisa que não desenhar, queria olhar para as coisas como se fosse a primeira vez", explicou.
Alguns dos desenhos podem ser vistos no site www.subway-life.com (criado antes do livro ter sido editado), que já contabilizou mais de cinco milhões de visitas.
António Jorge Gonçalves, licenciado em design gráfico, tem trabalhos na área da banda desenhada, cartoon, fotografia, música e arte pública.
É autor, com Nuno Artur Silva, da trilogia de banda desenhada "As aventuras de Filipe Seems", e com Rui Zink publicou as novelas gráficas "Arte Suprema" e "Rei".
Colaborou ainda em espetáculos de teatro, na conceção plástica de peças como "O que diz Molero" (1994), "Arte" (1998), "Manobras de diversão" e "Como fazer coisas com palavras" (2008).
Depois da apresentação de "Subway life" na FNAC Chiado, António Jorge Gonçalves falará do livro na sexta feira na FNAC Colombo e nos dias 7 e 8 de outubro no Porto, nas FNAC Norte Shopping e Santa Catarina, respetivamente.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)
Lusa
"Nunca escolhi quem queria desenhar, era sempre a pessoa que se sentava à minha frente ou perto de mim. Queria eliminar o mecanismo de seleção e essa foi uma regra para todas as cidades", recordou António Jorge Gonçalves à agência Lusa.
Os primeiros desenhos foram feitos em finais dos anos 1990, quando o ilustrador vivia em Londres, e a partir daí, definido esse "jogo do mecanismo do acaso", traçou um mapa por outras nove cidades, que abrangessem todos os continentes, para se perceber - ou não - as diferenças sociais e culturais.
Além de Londres, o autor registou passageiros em Lisboa, Tóquio, Estocolmo, São Paulo, Berlim, Atenas, Nova Iorque, Moscovo e Cairo.
Foram 800 horas a desenhar, enfrentando, por vezes, olhares curiosos, zangados, tensos, abstraídos, aborrecidos.
"Tanto podemos olhar para os desenhos com os estereótipos da nossa cabeça, como ver que somos todos diferentes ou que temos pontos de confluência entre culturas", disse.
Os desenhos estão organizados no livro de forma cronológica e mostram pessoas em pose, outras a dormir, absortas com os seus pensamentos, de olhar fixo, a conversar, a passar o tempo nos minutos que dura uma viagem de metro.
"Nunca tentei fingir que estava a fazer outra coisa que não desenhar, queria olhar para as coisas como se fosse a primeira vez", explicou.
Alguns dos desenhos podem ser vistos no site www.subway-life.com (criado antes do livro ter sido editado), que já contabilizou mais de cinco milhões de visitas.
António Jorge Gonçalves, licenciado em design gráfico, tem trabalhos na área da banda desenhada, cartoon, fotografia, música e arte pública.
É autor, com Nuno Artur Silva, da trilogia de banda desenhada "As aventuras de Filipe Seems", e com Rui Zink publicou as novelas gráficas "Arte Suprema" e "Rei".
Colaborou ainda em espetáculos de teatro, na conceção plástica de peças como "O que diz Molero" (1994), "Arte" (1998), "Manobras de diversão" e "Como fazer coisas com palavras" (2008).
Depois da apresentação de "Subway life" na FNAC Chiado, António Jorge Gonçalves falará do livro na sexta feira na FNAC Colombo e nos dias 7 e 8 de outubro no Porto, nas FNAC Norte Shopping e Santa Catarina, respetivamente.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)
Lusa