Os líderes da União Europeia e o Presidente norte-americano afirmaram que a Rússia está "isolada" a nível global e garantiram que vão manter "uma ação coordenada" para aprofundar as sanções caso continue a "desestabilização na Ucrânia".
Estas posições foram assumidas pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Barack Obama, durante a conferência de imprensa que encerrou a cimeira União Europeia-Estados Unidos, em Bruxelas.
Os três líderes sublinharam estar "unidos" no apoio à Ucrânia e procuraram passar uma mensagem de isolamento de Moscovo perante a comunidade internacional.
Barack Obama advertiu que tanto as Nações Unidas, como a União Europeia, como a NATO, reprovam as ações da Rússia e que todos os países do G7, que se reunirá em junho em Bruxelas, tomaram sanções contra aquele país.
Já Barroso e Rompuy afirmaram que a anexação da Crimeia pela Rússia é "inaceitável" e "uma desgraça em pleno século XXI" e defenderam que a coordenação entre Bruxelas e Washington na resposta à crise na Ucrânia tem sido "excelente", desvalorizando as críticas às alegadas "diferenças de tom" na tomada de posições e adoção de sanções.
"A coordenação entre os EUA e a Europa tem sido excelente, acho que dos dois lados houve o reconhecimento de que tínhamos de tomar passos e nós fizemo-lo (?) depois deste referendo que ninguém que esteja fora da Rússia pode levar a sério, aumentámos as sanções em coordenação e agora estamos a ponderar o aprofundamento dessas sanções", afirmou por seu lado o presidente norte-americano.
Obama referiu que o único "caminho para a Rússia trabalhar" com os Estados Unidos e a União Europeia é "o desanuviamento da situação" e avisou: "Essa é a única maneira de o fazer, se estas ações continuarem o isolamento [russo] será maior e as sanções vão aumentar, isso vai afetar a sua economia".
Numa declaração que motivou risos na sala de imprensa, onde estavam centenas de jornalistas, Rompuy afirmou que as sanções à Rússia "não são uma punição, nem uma retaliação", mas "um incentivo para se procurar uma via diplomática" para responder ao problema.
"As sanções não são um objetivo em si mesmo, são para estabilizar a situação na Ucrânia", acrescentou.
Já Barroso considerou "estéril" a discussão sobre as posições europeias e norte-americanas e defendeu que o importante é a "união" entre ambas as partes na resposta a Moscovo.
"Isto não é uma competição sobre sanções, o problema é entre a Rússia e a comunidade internacional", sustentou.
Com Lusa