Crise na Ucrânia

Marinheiros do "Cherkassy" entrincheirados após abordagem russa

Tropas russas controlam o draga minas "Cherkassy",  o último navio da Armada da Ucrânia na Crimeia, mas a tripulação ainda não  se rendeu à Marinha de Guerra russa no Mar Negro.  

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© Stringer . / Reuters

Duas horas após a abordagem em que foram utilizadas armas de fogo e  explosivos, os soldados russos tomaram o convés do navio, informou o porta-voz  do Ministério da Defesa da Ucrânia na Crimeia, Vladislav Selezniov, citado  pela a Agência France Press. 

De acordo com a mesma fonte, os "assaltantes russos" tentam nesta altura  alcançar o compartimento onde se encontra entrincheirada a tripulação, composta  por 61 pessoas, entre marinheiros e oficiais.  "A tripulação está entrincheirada no interior da embarcação e com as  escotilhas fechadas hermeticamente", disse o marinheiro Alexandr Gutnik  ao diário digital "Ukraínskaya Pravda". 

Os russos abordaram o navio ucraniano que se encontra no lago Donuzlav  desde o início da crise, com a ajuda de um rebocador, várias lanchas rápidas  e dois helicópteros Mi-35. 

Após a abordagem, os soldados russos inutilizaram o posto de comando  do navio utilizando explosivos, disse o mesmo marinheiro. "Disparamos bombas de fumo para não nos alcançarem, mas vieram na nossa  direção e colocaram um engenho explosivo. Isto é muito perigoso e pode explodir  a qualquer momento", afirmou. 

De acordo com a imprensa ucraniana, durante o assalto ao navio ouviram-se  rajadas de metralhadora e várias explosões. O draga minas não pode abandonar o lago onde se encontra porque a Armada  russa bloqueou a passagem para o Mar Negro. 

O "Cherkassy" está equipado com canhões, peças de artilharia e metralhadoras  e já tinha utilizado o armamento para afastar os atacantes russos, nos últimos  dias. Nas últimas semanas, as tropas russas tomaram mais de 200 unidades militares  e quase todos os navios da Armada da Ucrânia na Crimeia. 

O ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniuj, demitiu-se hoje, após críticas  pelo abandono dos militares da Ucrânia na Península da Crimeia, muitos dos  quais acabaram por passar para as fileiras do inimigo russo. 

O novo ministro, Mikail Koval, prometeu que os militares ucranianos  que ainda permanecem na Crimeia"vão regressar à Ucrânia armados e com a  bandeira nacional hasteada". 

Na segunda-feira, a Ucrânia ordenou a retirada das unidades militares  localizadas na Península da Crimeia anexada pela Rússia, apesar dos protestos  de Kiev e dos países do ocidente. 

 

     

Lusa

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