O primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, fez um discurso à nação com o objetivo de aliviar as tensões entre os nacionalistas ucranianos que impulsionaram três meses de protestos contra as autoridades pró-Moscovo e os falantes de russo, que vêm o atual governo pró-europeu com desconfiança.
"Pelo único motivo de preservar a unidade [social] da Ucrânia, a questão da adesão à NATO não está na agenda", disse Yatseniuk, numa observação feita em russo e dirigida especificamente às partes do sudeste do país de 46 milhões de habitantes.
"O país será defendido por um exército ucraniano forte e moderno", acrescentou.
A Ucrânia assinou um acordo de parceria com a NATO em 1997, após a queda do comunismo e o fim da União Soviética, mas não é membro de pleno direito da aliança militar.
Esta semana, Moscovo revelou o seu próprio plano para resolver a crise ucraniana, que inclui uma disposição para que a vizinha Ucrânia assuma "um estatuto político e militar neutro" cuja soberania poderia ser garantida pela Rússia, assim como pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Já hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, disse perante as duas câmaras do parlamento que se mantém firmemente contra a ingerência da NATO na sua fronteira ocidental.
"Não estamos contra a cooperação com a NATO", disse Putin. "Estamos contra que a NATO faça uma casa para si própria perto da nossa cerca, perto da nossa casa e nas nossas terras históricas".
A Rússia e a NATO assinaram um acordo pós Guerra Fria em 1997 na qual os dois rivais concordaram que já não se viam como inimigos.
Mas Moscovo tem-se mostrado indignada pela expansão do bloco militar ocidental, nas últimas duas décadas, para países que em tempos foram Estados satélites soviéticos.
O novo primeiro-ministro da Ucrânia - em funções desde a deposição de Viktor Yanukovich em 22 de fevereiro - deverá assinar em Bruxelas, na sexta-feira, a parte política de um pacto com a UE cuja rejeição em novembro motivou os protestos que levaram à queda do governo.
Yatseniuk disse ter decidido adiar a assinatura da parte económica do acordo por temer que o comércio livre que ele propõe afete negativamente as fábricas do sudeste industrial da Ucrânia.
Lusa