"Eu continuo a ser, não só o único presidente legítimo da Ucrânia, mas também o comandante supremo", disse Ianukovich na sua primeira aparição pública em mais de uma semana.
"Assim que as circunstâncias o permitirem - e tenho a certeza de que não falta muito - eu vou sem dúvida regressar a Kiev", acrescentou.
Numa curta declaração aos jornalistas em Rostov-do-Don, na Rússia, Ianukovich disse que a Ucrânia está "nas mãos de um bando de ultranacionalistas e neofascistas" que querem "iniciar uma guerra civil".
"Os oficiais e soldados não vão obedecer às ordens criminosas de um Governo imposto por um golpe de Estado", assegurou.
O Presidente deposto acusou as novas autoridades ucranianas, que qualificou de "delinquentes", de "quererem incorporar nas Forças Armadas guerrilheiros das formações Na sua segunda declaração à imprensa desde que se refugiou na Rússia após ser destituído a 22 de fevereiro pelo Parlamento ucraniano, Ianukovich negou qualquer legitimidade às eleições presidenciais convocadas nesse dia.
"As eleições presidenciais convocadas para 25 de maio pelo bando que usurpou o poder como resultado de um golpe de Estado anticonstitucional são absolutamente ilegítimas e ilegais", afirmou.
Arremeteu ainda contra os políticos ocidentais que apoiam as novas autoridades ucranianas: "Estais cegos? Haveis esquecido o que é o fascismo?", questionou Ianukovich numa declaração de 10 minutos sem direito a perguntas dos jornalistas.
Dirigindo-se às novas autoridades de Kiev, acusou-as de estarem prestes a perder o controlo da Crimeia, cuja reintegração na Rússia vai ser sujeita a referendo na próxima semana.
"Nós ultrapassaremos este problema. O povo que foi enganado por vós vai percebê-lo e o país vai levantar-se e unir-se", disse Ianukovich.
Ao contrário das expectativas, Ianukovich não fez mais referências à crise da Crimeia no seu discurso.