Crise na Ucrânia

Líder da Crimeia diz que anexação à Rússia poderá ser concluída em meses

O primeiro-ministro pró-russo da Crimeia, Serguei  Axionov, afirmou que a incorporação desta república autónoma ucraniana na  Rússia poderá ficar concluída "em meses" caso o referendo, convocado para  domingo, avalize essa opção.

"Se a consulta popular disser que sim, que a Crimeia deve formar parte  da Rússia, começaremos a trabalhar 24 horas por dia", disse o líder pró-russo,  numa entrevista publicada hoje pela agência oficial russa RIA-Novosti. 

O primeiro-ministro da Crimeia, cuja legitimidade é negada pelo Governo  central da Ucrânia, considerou que, a ser levado a cabo, esse processo seria  concluído, "em meses", acrescentando que, em qualquer caso, a incorporação  da Crimeia na Federação Russa requererá um período de transição, já que  a república autónoma deverá adotar o rublo como meio de pagamento. 

"O referendo será o mais transparente possível. Os observadores não  terão qualquer problema", assegurou Axionov, ao referir-se à consulta popular,  considerada ilegal não apenas pelo Governo de Kiev, mas também por grande  parte da comunidade internacional. 

No referendo serão colocadas duas perguntas: "Está a favor da reunificação  da Crimeia com a Rússia como parte da Federação Russa?" e "Está a favor  de que se volte a colocar em vigor a Constituição da Crimeia, de 1992, e  do estatuto da Crimeia como parte da Ucrânia?" 

Sessenta por cento dos habitantes da Crimeia são russos, 25% ucranianos,  a somar ainda a uma minoria (cerca de 12%) de tártaros, pelo que poucos  são os que duvidam da vitória do "sim" à anexação da república autónoma  ucraniana à Rússia. 

A crise ucraniana agudizou-se recentemente com os movimentos das tropas  russas na Crimeia e com o anúncio deste referendo para a anexação desta  península ucraniana à Rússia, agendado para o próximo domingo, dia 16, numa  altura em que as tropas russas tentam tomar o controlo das instalações estratégicas  da região. 

 

Lusa

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