Crise na Ucrânia

Polícia prende autoproclamado governador de Donetsk

A polícia deteve nesta madrugada o autoproclamado governador de Donetsk, Pavel Gubarev, e outros 70 manifestantes que tinham tomado a sede do governo desta região no leste da Ucrânia, informou hoje a Rádio Liberdade. 

As forças de segurança ucranianas desocuparam a sede do governo regional,  tomado na quarta-feira, pela segunda vez, por um grupo de manifestantes  pró-russos, e içaram sobre a entrada uma bandeira ucraniana no lugar da  russa, que havia sido colocada pelos partidários de Gubarev. 

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU) abriu esta semana um processo  penal contra Gubarev por liderar a invasão do edifício governamental. 

Os manifestantes pró-russos contestavam a nomeação, no domingo, de um  novo governador da região, Serguei Tarut. 

Apesar de ser uma cidade onde se fala russo, Donetsk tem sido palco  de manifestações contra a presença da Rússia na Crimeia e contra as novas  autoridades de Kiev. 

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após  o afastamento do ex-presidente Viktor Ianukovich e a presença de militares  russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota  da Rússia do Mar Negro. 

Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que  interveio na Crimeia a pedido de Ianukovich e anunciou que mantém o "direito  de atuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.

Já o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, anunciou um pacote  de ajuda financeira à Ucrânia de 11 mil milhões de euros. Para hoje está  agendado um Conselho Europeu extraordinário para debater a situação.  

A crise na Ucrânia começou em novembro com protestos contra a decisão  de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE  e promover uma aproximação à Rússia. 

Em fevereiro, após meses de manifestações e confrontos no centro de  Kiev, Ianukovich foi afastado, tendo tomado posse um novo governo, pró-ocidental.

Em declarações posteriores, Ianukovich continua a apresentar-se como  o Presidente legítimo da Ucrânia, posição que conta com o apoio da Rússia.

Lusa

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