Crise na Ucrânia

Comunidade ucraniana em Portugal protesta pela quarta vez e promete continuar 

A comunidade ucraniana em Portugal fez hoje  o seu quarto protesto em Lisboa, junto à embaixada da Rússia, contra "a  invasão russa da Ucrânia" e promete continuar até "Putin deixar a Ucrânia  em paz". 

Cerca de 200 pessoas concentraram-se ao início da noite em frente à  representação diplomática russa, num círculo que cortou a circulação num  dos sentidos da rua Visconde de Santarém, empunhando cartazes onde se lia  "Putin, nunca apanharás a Ucrânia" ou "Putin, Mãos Fora da Ucrânia! Guerra Não!". 

Brandiam bandeiras do seu país, da União Europeia e de Portugal enquanto  entoavam o hino ucraniano e repetiam palavras de ordem como "Putin Fascista",  na sua língua, e "Nós Queremos Paz!", em português. 

"Este é o quarto protesto em frente da embaixada russa, porque desde  que começaram os protestos na Ucrânia contra o regime de Ianukovich, a comunidade  ucraniana de várias cidades todas as semanas organizava protestos em vários  sítios - também em frente do Governo de Portugal -, a pedir ajuda para lutar  contra o regime de Ianukovich", disse à Lusa o presidente da Associação  dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha. 

"E depois, quando nós conseguimos tirar este regime criminoso e corrupto  do nosso poder e criámos já um Governo que achamos que vai defender os interesses  do povo ucraniano, aí apareceu outro perigo que apoiou e organizou o regime  de Ianukovich: o regime de Putin, que quer mesmo tirar-nos a nossa independência,  quer organizar uma guerra, entrar militarmente para a nossa terra -- o que  nós não lhe vamos permitir fazer", resumiu. 

Depois de discursar de megafone em punho perante os manifestantes, o  líder da comunidade ucraniana em Portugal garantiu que esta vai prosseguir  os protestos "até o Putin retirar todas as tropas e deixar a Ucrânia em  paz".  

Sadokha frisou que o povo ucraniano gostaria de manter boas relações  com a Rússia, mas "sem perder a independência". 

"Nós queremos ter boas relações com o nosso país vizinho, onde temos  muitos familiares, onde neste momento trabalham cerca de dois milhões de  emigrantes ucranianos e com quem nós queremos ter relações económicas, culturais,  mas como vizinhos e não como escravos deles", sublinhou.  

"O que é que vimos que Moscovo quer: tirar-nos a independência, violando  todas as leis internacionais, mentindo a todo o mundo, dizendo que estes  protestos que agora aconteceram na Ucrânia eram organizados pela extrema-direita,  pagos pelos Estados Unidos, pela Europa, por outros países do Ocidente,  e não eram mesmo a vontade do povo ucraniano".  

"Não acreditem na propaganda dos 'media' russos", lia-se noutro cartaz.   

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após  a destituição do Presidente Viktor Ianukovich e o início de movimentações  militares russas na república autónoma da Crimeia, península do sul do país  onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia no Mar Negro. 

 

     

 

Lusa

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