Mandela

Luto de dias e povo com direito a despedir-se de "Madiba" 

As cerimónias fúnebres de Nelson Mandela  vão durar dias e o povo sul-africano terá direito a despedir-se do ex-líder.

Quando, na quinta-feira à noite, anunciou a morte do ex-Presidente sul-africano,  Jacob Zuma, o atual chefe de Estado comunicou que haveria lugar a um funeral  de Estado completo, sem adiantar a sua duração exata. Um plano interno de  atuação após a morte de Mandela revelado pela imprensa há meses dava conta  de um cerimonial de 12 dias.  

Pelo menos três dias de luto deverão ser reservados à família de Mandela,  casado com a moçambicana Graça Machel. 

Tudo indica que Mandela venha a ser enterrado em Qunu, pequena aldeia  vizinha de Mveso, onde nasceu, mas só depois da despedida pública, a que  o povo terá acesso. 

Durante o período de luto, os edifícios governamentais colocarão a bandeira  nacional a meia haste, mas não existe o hábito de se decretar feriado e,  portanto, o comércio deverá permanecer aberto. Se assim for, os funcionários  necessitarão de autorização dos patrões para prestar homenagem a Madiba,  nome do clã a que Mandela pertence e pelo qual era tratado entre os sul-africanos.

Dirigentes políticos, líderes religiosos e celebridades de todo o mundo  deverão marcar presença nas cerimónias, provavelmente ultrapassando em número  o funeral do papa João Paulo II. 

Apesar de a morte de Mandela ter sido conhecida já de noite, muitos  foram os que saíram à rua em vários locais da África do Sul.  

Do Soweto, histórico bairro negro, chegam imagens de cânticos e danças  na rua, enquanto em frente à casa de Mandela, no mais requintado subúrbio  de Houghton, em Joanesburgo, várias centenas de pessoas improvisam uma vigília,  igualmente numa atmosfera de celebração pelos feitos conseguidos em vida  pelo primeiro Presidente negro da África do Sul.  

Velhos e novos dão vivas a Mandela e entoam o hino nacional da África  do Sul e canções anti-apartheid, o nome do regime que colocou brancos contra  negros durante décadas na África do Sul.  

Antes do anúncio oficial da morte de Mandela, já a família do líder  histórico estava reunida na casa de Houghton, cercada por um perímetro de  segurança. 

A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi comunicada na televisão  por Jacob Zuma. 

O líder da luta contra o apartheid e primeiro Presidente negro da África  do Sul, entre 1994 e 1999, encontrava-se em estado crítico há cinco meses.

Mandela regressou a casa a 01 de setembro, depois de ter passado quase  três meses no hospital, na sequência de uma infeção pulmonar. 

 

Lusa

Últimas