Com 323 votos a favor e 309 contra -- isto é, com uma maioria de apenas 14 votos - o programa legislativo de May foi aprovado pelos deputados da Câmara dos Comuns.
A chefe do executivo encurtou uma deslocação a Berlim, onde estava a preparar o próximo G20 com outros dirigentes, para regressar a Londres a tempo de participar na votação.
Criticada mesmo no próprio campo político, a primeira-ministra resistiu aos múltiplos apelos para se demitir depois do desastroso resultado das eleições legislativas antecipadas de 08 de junho, que convocou para reforçar a legitimidade do seu Governo para negociar a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e em que acabou por perder a maioria absoluta.
Mas a imprensa continua a especular sobre o número de meses, ou até de semanas, que lhe restarão em Downing Street.
O Partido Conservador só dispõe de 317 em 650 deputados na Câmara dos Comuns, mas contou com os votos dos dez deputados unionistas norte-irlandeses do DUP para evitar o pior.
O acordo entre este partido e os 'tories' foi selado na segunda-feira, mediante o controverso aumento de mil milhões de libras (1,1 mil milhões de euros) para a Irlanda do Norte.
Antes do voto de confiança, o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, tinha-se declarado "disposto" a formar Governo, com os seus 262 deputados, se Theresa May não conseguisse a confiança do parlamento.
Os deputados rejeitaram durante a tarde um projeto de lei trabalhista contra as medidas de austeridade e outro exigindo a manutenção do país no mercado único europeu e na união aduaneira.
Um sinal das dificuldades futuras que se adivinham para Theresa May é que o Governo teve que anunciar hoje que financiará em Inglaterra os abortos de mulheres que ali se dirijam oriundas da Irlanda do Norte, para evitar que a questão ficasse sujeita ao voto dos parlamentares, porque o DUP é contra o aborto.
Lusa