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Buscas na Câmara de Cascais: corrupção, prevaricação e abuso de poder entre os crimes

As buscas terminaram a meio da tarde. O Ministério Público confirmou que as buscas decorreram na empresa municipal Cascais Próxima, noutros edifícios camarários e em duas sociedades privadas.

Susana Bastos

A Polícia Judiciária realizou, esta quarta-feira, buscas na Câmara Municipal de Cascais no âmbito de um inquérito relacionado com uma fábrica de máscaras cirúrgicas criada em 2020 para dar resposta à pandemia de covid-19.

Os inspetores da Polícia Judiciária avançaram para buscas em quatro edifícios da Câmara para investigar dois processos distintos, sem relação, mas por gestão de meios, as diligências acabaram por ser feitas em simultâneo.

O primeiro trata-se de uma investigação a um contrato entre a empresa municipal “Cascais Próxima” e a agência de comunicação Next Power, no valor de 75 mil euros.

Terá partido de uma queixa do vereador do PCP, Clemente Alves, que denunciou que o acordo foi feito já depois da agência estar a trabalhar na campanha de Miguel Pinto Luz para a presidência do PSD.

O caso chegou a reunião de Câmara, onde o então vice-presidente da autarquia negou qualquer ligação entre os dois negócios.

A segunda investigação é sobre o negócio imobiliário realizado com o espaço onde funcionou a fábrica de máscaras cirúrgicas que a autarquia criou, durante a pandemia de covid-19.

As buscas terminaram a meio da tarde. O Ministério Público confirmou que as buscas decorreram na empresa municipal Cascais Próxima, noutros edifícios camarários e em duas sociedades privadas.

Os crimes que poderão estar em causa são os de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder.

O que está sob investigação?

A Câmara Municipal de Cascais lançou, em junho de 2020, a produção própria de máscaras cirúrgicas de proteção individual destinadas à população, com equipamento vindo da China, abastecendo igualmente outros municípios.

Cascais reconverteu um antigo armazém numa fábrica de produção de máscaras, numa altura inicial da pandemia de covid-19, em que as autoridades de saúde ainda debatiam se o uso de máscara deveria ser obrigatório ou até aconselhado.

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