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Europa lança esta sexta-feira satélites que permitem validar sistema Galileo, concorrente do GPS 

A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou para  sexta-feira o lançamento de dois novos satélites Galileo, num passo crucial  para validar o sistema de navegação europeu, concorrente do GPS norte-americano.

O lançamento está previsto para as 15:15:01 locais (19:15:01 em Lisboa)  desde o Centro Espacial Europeu de Kuru, na Guiana Francesa, e marcará um  passo importante no programa europeu de navegação por satélite porque permitirá,  pela primeira vez, o cálculo de uma posição no terreno utilizando apenas  o sinal do sistema Galileo. 

 Os dois satélites, que se juntam a dois outros lançados em outubro do  ano passado, serão enviados num foguetão Soyuz, informou a ESA. 

 "Todos juntos, formarão uma mini-constelação de quatro satélites. Isto  irá permitir-nos validar o sistema completo", disse Javier Benedicto, gestor  do projeto Galileo na ESA. 

 Quatro é o número mínimo de satélites necessários para constituir um  sistema de navegação no solo terrestre, utilizando sinais de satélite para  obter uma posição de latitude, longitude, altitude e uma referência temporal.

No final do processo, que agora começa a fase de validação, o sistema  Galileo terá 30 satélites, mais seis do que o sistema norte-americano Global  Positioning System (GPS), mas no final de 2014 já estarão em órbita 18 satélites,  o que permitirá disponibilizar os primeiros serviços ao público em geral.

 Em 2018, o sistema estará plenamente operacional e, diz a ESA, permitirá  identificar uma localização com uma margem de erro de, no máximo, um metro,  uma melhoria relativamente ao GPS, que foi lançado em 1995 e tem atualmente  uma exatidão de entre três e oito metros, mas vai ser melhorado. 

 Em maio, a Comissão Europeia anunciou que o custo do Galileo até 2015  será de 5.000 milhões de euros. 

O lançamento de sexta-feira será o terceiro de um foguetão Soyuz desde  a Guiana Francesa. 

 O sistema Galileo pretende dar à Europa independência relativamente  ao russo Glonass e ao norte-americano GPS, com o qual poderá funcionar complementarmente,  estando já em negociação acordos de cooperação com os EUA. 

 Permitirá desenvolver uma nova geração de serviços universais em setores  como os transportes, as telecomunicações, a agricultura, a navegação marítima  ou a energia. 

 Entre os serviços gratuitos que serão disponibilizados pelo Galileo  - que estará sob controlo civil, ao contrário do GPS - estará o de busca  e salvamento, por exemplo de navios em alto mar. Uma novidade do sistema  europeu é que os navios, ao enviarem um sinal de socorro, saberão se o sinal  foi recebido em terra e se já estão em marcha as operações de salvamento.

Lusa

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