O cancro do pulmão ocorre quando as células do pulmão se desregulam e, aos crescerem originam o tumor que poderá invadir outras zonas do tórax ou passar para o sangue e atingir outros órgãos, nomeadamente o fígado, os ossos e o cérebro.
Para certos cancros, o rastreio é uma arma poderosa de diagnóstico. O cancro do pulmão não foge a esta evidência e os estudos realizados para determinar a eficácia do rastreio mostram que a mortalidade associada a esta neoplasia reduz-se em pelo menos 20%.
Como deve ser feito o rastreio?
O rastreio para o cancro do pulmão é efetuado através de uma TAC de baixa dose e, quando há suspeita de doença, terão que se efetuar exames complementares prescritos pela equipa médica.
O rastreio está indicado para o grupo de pessoas com maior risco, tendo em conta a idade (dos 50 aos 75 anos) e a elevada carga tabágica em fumadores atuais ou em pessoas que sejam ex-fumadoras há menos de 15 anos. Podem ser ainda incluídas pessoas sujeitas a uma exposição prolongada a determinados agentes cancerígenos ou com determinadas patologias preexistentes. De referir que o exame de rastreio vai também permitir encontrar achados relativos a outras patologias, quer do foro pulmonar, quer do foro cardíaco.
Diagnosticar precocemente é a chave para um melhor prognóstico, embora ainda não exista um rastreio implementado de base populacional para o cancro do pulmão, em Portugal, apesar de este estar previsto para breve.
Quais são os sintomas?
Os sintomas e sinais mais comuns de cancro do pulmão incluem:
- Tosse que não desaparece e que piora com o passar do tempo
- Dor constante no peito
- Tosse acompanhada de sangue
- Falta de ar, asma ou rouquidão
- Problemas recorrentes, com pneumonia ou bronquite
- Inchaço do pescoço e rosto
- Perda de apetite ou de peso
- Fadiga
- Sintomas e sinais à distância (sintomas neurológicos que parecem mimetizar um AVC, pele amarelada/icterícia)
Só o médico poderá confirmar se os sintomas estão relacionados com um cancro. Qualquer pessoa com estes sintomas, ou quaisquer outras alterações de saúde relevantes, deve consultar um especialista para diagnosticar e tratar o problema tão cedo quanto possível. Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor, por isso, se tiver qualquer um destes sintomas que teime em não desaparecer, não espere, e consulte o seu médico.
5400
novos casos de cancro do pulmão são diagnosticados, por ano, no país. Há 13 óbitos diários por cada 15 casos diagnosticados, números que espelham a urgência do diagnóstico precoce
Prevenção
Muitas vezes, o médico não consegue explicar porque é que uma pessoa desenvolve cancro e outra não. No entanto, a investigação demonstra que determinados factores de risco aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver cancro do pulmão, estando a maioria relacionada com o uso de tabaco (risco de cancro em fumadores é cerca de 20 vezes superior em relação aos não fumadores). O cancro do pulmão é, por isso, considerado uma doença em grande parte evitável, já que cerca de 85% dos casos ocorrem em fumadores ou ex-fumadores.
A melhor forma de prevenção é não fumar, sendo que os cidadãos fumadores devem deixar de consumir tabaco o quanto antes. Quanto mais cedo deixar de fumar, melhor, mesmo que tenha fumado durante muitos anos, nunca é tarde demais para beneficiar dos benefícios de deixar de fumar.
Fartores de risco
- Cigarros, charutos e cachimbos
- Exposição ao fumo de tabaco (fumador "passivo")
- História pessoal: é mais provável que uma pessoa que já tenha tido cancro do pulmão, desenvolva um segundo cancro do pulmão, comparativamente a uma pessoa que nunca teve. Deixar de fumar, logo que o cancro do pulmão é diagnosticado, pode prevenir o desenvolvimento de um segundo cancro do pulmão.
- Radão: o radão é um gás radioactivo que não se vê, não se cheira e não tem sabor. Forma-se no solo e nas rochas. As pessoas que trabalham em minas podem estar expostas ao gás radão. Em algumas zonas do país, encontra-se radão. As pessoas expostas ao radão apresentam um risco aumentado para terem cancro do pulmão.
- Amianto: As fibras de amianto tendem a quebrar-se facilmente, em partículas que podem flutuar no ar e que facilmente se "agarram" à roupa. Quando as partículas são inaladas, podem alojar-se nos pulmões, danificando as células.
- Poluição: está identificada a ligação entre o cancro do pulmão e a exposição a certos poluentes do ar, como os sub-produtos da combustão do diesel e outros combustíveis fósseis. No entanto, esta relação continua a ser estudada
- Doenças pulmonares: determinadas doenças pulmonares, como a doença. pulmonar obstrutiva crónica ou a tuberculose, aumentam a possibilidade de aparecimento de cancro.
Assista ao Check-Up Seguro protagonizado por António Araújo, diretor do serviço de oncologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, onde explica como se pode melhorar o prognóstico desta neoplasia maligna que afeta cada vez mais portugueses.
Tratamentos disponíveis
Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o tratamento depende de uma série de factores, incluindo o tipo de cancro do pulmão: cancro do pulmão de não-pequenas células ou de pequenas células, o tamanho, a localização, a extensão do tumor e o estado geral de saúde da pessoa. Podem ser usados diferentes tratamentos e associações de tratamentos, para controlar o cancro do pulmão e/ou para melhorar a qualidade de vida da pessoa, através da redução dos sintomas.
- Cirurgia
- Quimioterapia
- Radioterapia
- Terapêutica Fotodinâmica
- Tratamento do Cancro do Pulmão de Não-Pequenas Células
- Tratamento do Cancro do Pulmão de Pequenas Células
Antes de iniciar o tratamento, poderá querer colocar algumas questões ao seu médico, tais como: Que tratamentos são recomendados para mim? Que ensaios clínicos são adequados para o meu tipo de tumor? Terei de ser internado para fazer o tratamento? Durante quanto tempo? De que modo poderão as minhas actividades normais ser alteradas durante o meu tratamento?
Saiba mais no site da Liga Portuguesa Contra o Cancro e em pulmonale.pt