Tenho Cancro e Depois

Cancro da próstata: conheça os sintomas, os fatores de risco e os exames que deve fazer

O cancro da próstata é a segunda maior causa de morte por cancro nos homens acima dos 50 anos.

O Instituto da Próstata estima que em Portugal são diagnosticados entre 5 mil a 6 mil novos casos de cancro da próstata por ano, o equivalente a 21% de todos os tumores no homem

Sara Fevereiro

Em média, 1 em cada 6 homens será diagnosticado com cancro da próstata. O grande desafio é fazer um diagnóstico precoce e a grande esperança reside na introdução de um rastreio de base populacional para o cancro da próstata.

Novo rastreio, para quando?

O anúncio foi feito há mais de um ano por Manuel Pizarro, então ministro da Saúde, ao garantir que em 2023 haveria projetos de rastreio a serem executados para três dos cancros que mais preocupam os especialistas e os portugueses: pulmão, próstata e estômago. A meta europeia é que o programa de novos rastreios esteja em ação até 2025.

Mesmo que ainda não haja rastreio de base populacional implementado, o cidadão deve ter conhecimento de quais são os sintomas mais comuns, assim como os fatores de risco associados a esta neoplasia maligna, para que possa agir o quanto antes.

Quais são os sintomas?

  • Problemas urinários;
  • Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar ou parar o fluxo de urina;
  • Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite;
  • Fluxo de urina fraco ou intermitente;
  • Dor ou ardor durante a micção;
  • Dificuldade em ter uma erecção;
  • Sangue na urina ou no sémen;
  • Dor frequente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas.

Na maioria dos casos, estes sintomas não estão relacionados com um cancro da próstata, e podem, ainda, ser provocados por tumores benignos (HBP) ou outros problemas. Só o médico poderá confirmar. Qualquer pessoa com estes sintomas, ou quaisquer outras alterações de saúde relevantes, deve consultar o médico, para diagnosticar e tratar o problema, tão cedo quanto possível.

Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor. Se tem estes sintomas, não espere até ter dor, para consultar o médico.


Causas do cancro da próstata

Existem diversos factores de risco conhecidos e comprovados que aumentam o risco de sofrer de cancro da próstata, entre eles:

  • Idade avançada (homens com mais de 50 anos têm maior risco de desenvolver esta doença);

  • Histórico familiar (o risco é superior se um familiar próximo - como o pai, um irmão ou um tio - sofreram de cancro da próstata);

  • Origem étnica (este tumor é mais frequente em pessoas de raça negra);

  • Testosterona (a causa de degenerescência e multiplicação das células da próstata é a testosterona, a hormona masculina).


6 mil

novos casos de cancro da próstata são diagnosticados por ano só em Portugal

Prevenção

  • Manter a higiene corporal;
  • Fazer exercício físico;
  • Combater o sedentarismo;
  • Dieta adequada com restrição de gorduras e proteínas.

Como deve ser feito o rastreio?

Segundo os especialistas, todos os homens com mais de 50 anos devem realizar o rastreio. Deverão fazê-lo antes dos 40 se fizerem parte de um grupo de risco (antecedentes familiares de 1º grau, por exemplo), visto terem uma probabilidade três vezes superior de virem a desenvolver o tumor.

Segundo a informação disponibilizada pela APD Próstata, os doentes têm duas maneiras de fazer um check-up a este órgão: teste PSA e toque retal.

  • Toque retal (exame retal digital): é um exame em que o médico, através da inserção do dedo no reto, faz a palpação da próstata de forma a tentar detetar irregularidades, zonas duras ou granulosas (possíveis nódulos);

  • Análise clínica para o antigénio específico da próstata (PSA): o teste PSA corresponde a uma análise sanguínea. Um valor elevado de PSA é geralmente causado por HBP ou prostatite (inflamação da próstata).

Tratamentos disponíveis

O tratamento depende da fase em que o cancro é diagnosticado:

  • Há tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos que permitem erradicar a doença.
  • Pode remover-se a próstata, pode fazer-se quimioterapia ou braquioterapia.

No vídeo abaixo, o urologista do Instituto da Próstata, José Santos Dias, explica mais detalhadamente quais são os exames a fazer, fatores de risco e sintomas relacionados com esta neoplasia maligna que, em Portugal, regista mais de 6 mil novos casos por ano.

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