Em média, 1 em cada 6 homens será diagnosticado com cancro da próstata. O grande desafio é fazer um diagnóstico precoce e a grande esperança reside na introdução de um rastreio de base populacional para o cancro da próstata.
Novo rastreio, para quando?
O anúncio foi feito há mais de um ano por Manuel Pizarro, então ministro da Saúde, ao garantir que em 2023 haveria projetos de rastreio a serem executados para três dos cancros que mais preocupam os especialistas e os portugueses: pulmão, próstata e estômago. A meta europeia é que o programa de novos rastreios esteja em ação até 2025.
Mesmo que ainda não haja rastreio de base populacional implementado, o cidadão deve ter conhecimento de quais são os sintomas mais comuns, assim como os fatores de risco associados a esta neoplasia maligna, para que possa agir o quanto antes.
Quais são os sintomas?
- Problemas urinários;
- Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar ou parar o fluxo de urina;
- Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite;
- Fluxo de urina fraco ou intermitente;
- Dor ou ardor durante a micção;
- Dificuldade em ter uma erecção;
- Sangue na urina ou no sémen;
- Dor frequente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas.
Na maioria dos casos, estes sintomas não estão relacionados com um cancro da próstata, e podem, ainda, ser provocados por tumores benignos (HBP) ou outros problemas. Só o médico poderá confirmar. Qualquer pessoa com estes sintomas, ou quaisquer outras alterações de saúde relevantes, deve consultar o médico, para diagnosticar e tratar o problema, tão cedo quanto possível.
Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor. Se tem estes sintomas, não espere até ter dor, para consultar o médico.
Causas do cancro da próstata
Existem diversos factores de risco conhecidos e comprovados que aumentam o risco de sofrer de cancro da próstata, entre eles:
- Idade avançada (homens com mais de 50 anos têm maior risco de desenvolver esta doença);
- Histórico familiar (o risco é superior se um familiar próximo - como o pai, um irmão ou um tio - sofreram de cancro da próstata);
- Origem étnica (este tumor é mais frequente em pessoas de raça negra);
- Testosterona (a causa de degenerescência e multiplicação das células da próstata é a testosterona, a hormona masculina).
6 mil
novos casos de cancro da próstata são diagnosticados por ano só em Portugal
Prevenção
- Manter a higiene corporal;
- Fazer exercício físico;
- Combater o sedentarismo;
- Dieta adequada com restrição de gorduras e proteínas.
Como deve ser feito o rastreio?
Segundo os especialistas, todos os homens com mais de 50 anos devem realizar o rastreio. Deverão fazê-lo antes dos 40 se fizerem parte de um grupo de risco (antecedentes familiares de 1º grau, por exemplo), visto terem uma probabilidade três vezes superior de virem a desenvolver o tumor.
Segundo a informação disponibilizada pela APD Próstata, os doentes têm duas maneiras de fazer um check-up a este órgão: teste PSA e toque retal.
- Toque retal (exame retal digital): é um exame em que o médico, através da inserção do dedo no reto, faz a palpação da próstata de forma a tentar detetar irregularidades, zonas duras ou granulosas (possíveis nódulos);
- Análise clínica para o antigénio específico da próstata (PSA): o teste PSA corresponde a uma análise sanguínea. Um valor elevado de PSA é geralmente causado por HBP ou prostatite (inflamação da próstata).
Tratamentos disponíveis
O tratamento depende da fase em que o cancro é diagnosticado:
- Há tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos que permitem erradicar a doença.
- Pode remover-se a próstata, pode fazer-se quimioterapia ou braquioterapia.
No vídeo abaixo, o urologista do Instituto da Próstata, José Santos Dias, explica mais detalhadamente quais são os exames a fazer, fatores de risco e sintomas relacionados com esta neoplasia maligna que, em Portugal, regista mais de 6 mil novos casos por ano.