Mesmo que seja considerada uma doença rara, o cancro é a primeira causa de morte por doença nas crianças e nos adolescentes. Atualmente, em Portugal, a taxa de sobrevivência ronda os 80%, mas os números poderiam ser ainda melhores. Segundo os especialistas, a investigação em oncologia pediátrica - essencial para o sucesso dos tratamentos e para a qualidade de vida de doentes e sobreviventes - é insuficiente.
No que aos sobreviventes diz respeito, as sequelas deixadas pelos tratamentos são responsáveis por diminuir a qualidade de vida em dois terços desta população, sendo que um terço dos sobreviventes ficam com sequelas graves.
Na véspera de assinalar o Dia Internacional da Criança com Cancro, a Acreditar afirmou à Lusa que "uma das iniquidades mais gritantes no caso dos sobreviventes de cancro pediátrico é não terem uma consulta de sobrevivência estruturada" em todos os centros de referência (Hospital Pediátrico de Coimbra, IPO Porto e Hospital de São João) como acontece no Instituto Português de Oncologia de Lisboa.
"Mas não temos isso no resto do país, a não ser em questões pontuais em que o médico tenha interesse num caso ou noutro e que queira segui-lo", lamentou a presidente da associação, Margarida Cruz
Margarida Cruz defendeu que este princípio devia estar contemplado na Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro, Horizonte 2030, que entrou em vigor este ano, e que tem como um dos objetivos aumentar a equidade no acesso a cuidados de saúde.
"Não pode existir equidade de acesso se os jovens que são sobreviventes de cancro não tiverem acesso a consultas de acompanhamento em igualdade de circunstâncias. Este tipo de seguimento é uma exigência mínima desta população que não está plasmada neste programa. Eu sei que existem problemas em outras áreas, mas isso não é motivo para que não coloquemos esta orientação e estes princípios num plano que tem um horizonte temporal relativamente alargado", defendeu.
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Com as novas instalações da Acreditar, a Casa de Lisboa tem capacidade de aumentar de 12 para 32 o número de residentes. O investimento permite também receber doentes entre os 18 e os 25 anos de idade, sejam do IPO ou de outros hospitais. Veja, abaixo, a reportagem que o Tenho Cancro. E depois? fez sobre a nova casa da Associação Acreditar na capital.
Núcleo Regional do Centro da LPCC organiza webinar
Para assinalar o Dia Internacional da Criança com Cancro, o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro realiza hoje um webinar, com transmissão na sua página de Facebook às 19h00. O evento contará com a presença de Sónia Silva, oncologista pediátrica, e Dulce Cruz, educadora de infância, ambas do Hospital Pediátrico de Coimbra. As especialistas responderão a algumas das principais dúvidas e preocupações relacionadas com os cuidados de saúde e educação da criança com cancro.
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