As doenças oncológicas estão a aumentar na população mais jovem. Os cientistas dizem que a alimentação e o estilo de vida são algumas das razões principais que podem explicar esta mudança.
Miguel Ferreira tem 29 anos, está a terminar uma licenciatura em produção alimentar, e sabe bem o que quer da vida: viver o máximo que puder.
Talvez os desejos de Miguel fossem outros se não tivesse passado pelo que passou. Tinha apenas 8 anos quando os exames confirmavam um tumor no cérebro.
A etapa foi muito dura, mas o problema foi ultrapassado.
Nos últimos 30 anos os diagnósticos de cancro entre pessoas de 25 a 29 anos aumentaram mais do que em qualquer outra faixa etária.
Em contrapartida, os casos em pessoas com mais de 75 anos estão a diminuir. Segundo um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o cancro colorretal é o que mais tem afetado as pessoas com menos de 50 anos.
Nas últimas décadas, o cancro do intestino cresceu 70% nos jovens entre 15 e 39 anos.
"O processo de formação de um cancro do intestino demora muitas décadas a desenvolver-se. O que os jovens nos estão a sugerir é que esta velocidade…está a ficar acelerado", Paulo Fidalgo, médico gastrenterologista.
O sedentarismo e a obesidade podem explicar boa parte do problema. As pessoas passam horas sentadas em frente ao computador, não fazem exercício físico e nem sempre se alimentam da forma mais adequada.
Os rastreios e as colonoscopias, são a melhor forma de controlar o surgimento do cancro do intestino.
O problema é que parte da população ainda não tem acesso aos exames preventivos.
Entre os tumores que mais afetam os jovens adultos contam-se os do testículo da mama, os linfomas e os do pulmão.
Trata-se de uma realidade que requer uma atenção cada vez maior por parte dos profissionais de saúde para um correto e atempado diagnóstico.
Para evitar que o número de casos de cancro continue a aumentar entre a população mais jovem, o Plano Europeu de Luta contra o Cancro recomenda uma prevenção sustentável, aumentando os rastreios e promovendo a igualdade de acesso no diagnóstico e tratamento.