Um dos principais fatores de risco para o cancro do intestino continua a ser a idade e a prova é que a esmagadora maioria dos diagnósticos acontece depois dos 50. Mas na comunidade médica é notória a preocupação quando se olha para os mais jovens e se observa um aumento de casos em 20 anos.
A vida sedentária, uma dieta rica em processados, o tabaco e o álcool ajudam a explicar o aumento generalizado da doença. Nos mais jovens, à exceção dos casos de origem genética, ainda faltam respostas.
“Podemos admitir que existem efetivamente alterações de hábitos e exposições das células do intestino que poderão levar a desenvolver essas neoplasias em idades mais precoces”, diz Flávio Videira, coordenador clínico digestivo do IPO Porto.
“Os estudos que estão a ser feitos, ainda não há dados definitivos, mas levam a que a causa principal seja, de facto, a forma como nós enfrentamos a vida e os ambientes em que nos movimentamos”, explica Vítor Neves, presidente da Europacolon.
A associação de doentes Europacolon apela aos mais jovens que não desvalorizem sintomas e aos médicos que não ignorem a estatística.
No mês de luta contra o cancro do intestino, a Europacolon quer alertar para a importância do rastreio - a pesquisa de sangue oculto nas fezes - e deixa críticas ao governo.
Os dados nacionais, referentes a 2021, apontam para um aumento de quase 800 diagnósticos face ao ano anterior. Mais de 3 mil e 500 pessoas morreram da doença. Dados de 2022, mas da Organização Mundial da Saúde, mostram um cenário ainda mais preocupante. 10 e 500 diagnósticos e 4 e 800 mortes.