O Relatório Anual da Gestão da Disponibilidade de Medicamentos do Infarmed refere que no ano passado 1545 farmácias notificaram faltas de medicamentos. A situação acontece quando não é possível garantir a prescrição médica num período inferior a 12 horas.
O dulaglutido e o semaglutido, mais conhecidos pelos nomes comerciais, Trulicity e Ozempic usados para o tratamento da diabetes surgem no topo da lista dos 20 medicamentos com mais faltas notificadas.
A elevada procura destes fármacos por pessoas com obesidade ou por quem quer apenas perder peso de forma rápida, tem provocado sistematicamente uma rutura no stock.
Logo a seguir na lista da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde está o metilfenidato, mais conhecido como Concerta ou Rubifen. São procurados para o tratamento da hiperatividade e défice de atenção.
Quanto a rupturas de stock, apenas 14 medicamentos não tinham alternativas disponíveis no mercado. Mas ainda assim, o Infarmed garante que aplicou medidas para os doentes não ficassem sem tratamento.
A autoridade do medicamento está a investigar quais as razões para as falhas. A auditoria deverá estar concluída no final do mês. Refere que em mais de metade dos casos de falta de medicamentos, as farmácias não cumpriram a obrigação legal de notificar com dois meses de antecedência a escassez de stock.
Quanto ao controlo da exportação de medicamentos, o Infarmed proibiu no ano passado cerca de nove mil e quinhentos pedidos e autorizou mais de 17 mil.
No topo dos medicamentos mais exportados estão cremes para eczema atópico, pílulas contracetivas, pomadas para inflamações da pele e fármacos para tratamento da diabetes tipo dois em crianças e adultos.