Saúde e Bem-estar

Montenegro reconhece "situação grave" de necessidade de reforço da capacidade de resposta do INEM

O primeiro-ministro diz que é urgente resolver os problemas no INEM, mas garante que não está em causa a saída da ministra da saúde. Luís Montenegro diz que faltam cerca de 800 técnicos de emergência pré-hospitalar.

SIC Notícias

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu esta quarta-feira uma "situação grave" no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), de necessidade do reforço da resposta, afirmando esperar que a greve seja desmobilizada e que o atendimento seja regularizado.

"Em primeiro lugar, deixe-me dizer-lhe que nós não temos a certeza que os óbitos ocorreram em função da falta de capacidade de resposta do INEM ou do atraso no atendimento de chamadas, a verdade é que, neste momento, há uma situação que é uma situação grave de necessidade de reforço da capacidade de resposta do INEM", disse Luís Montenegro.

Em declarações aos jornalistas portugueses em Budapeste, onde decorre uma cimeira da Comunidade Política Europeia e, à noite, um jantar informal do Conselho Europeu, o primeiro-ministro garantiu que o seu Executivo está "empenhado em poder, muito rapidamente, evitar com os técnicos de emergência pré-hospitalar a greve que está em curso".

“Quando iniciamos funções há 7 meses o INEM estava desprovido dos meios humanos que são necessários para garantir a regularidade da sua operação. Nós sabemos disso desde o início, sabemos que faltam cerca de 800 técnicos de emergência pré-hospitalar naquilo que era mais desejável para o cumprimento cabal da função do INEM”, disse o primeiro-ministro. 

Luís Montenegro esclareceu que atualmente “há um concurso que já terminou na admissão de 200 que iniciaram funções em janeiro próximo”. 

“Há um outro concurso que vamos lançar para a admissão de mais 200 e vamos continuar a tentar reforçar os recursos humanos do INEM para que a resposta possa ser mais pronta”, esclareceu. 

Questionado sobre uma eventual demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, depois de o PS ter pedido que avalie se a governante tem condições para se manter em funções, o primeiro-ministro recusou tal cenário: "Não está em causa, aquilo que está em causa é que a senhora ministra da Saúde possa executar este plano, de trazer a normalidade a uma situação anómala que nós encontrámos e que não é de agora".

"Eu não vou estar aqui com perspetivas de passa-culpas, porque não é esse o melhor enquadramento para resolver a questão, mas efetivamente é um problema que nós herdámos que queremos resolver", reforçou.

Além disso, "há mesmo uma reunião agendada para daqui a algumas horas entre a senhora ministra da Saúde e o sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar e o meu desejo é que, desse ponto de vista, a situação possa ser estabilizada", salientou.

"Mas sabemos que não chega porque, quando iniciámos funções há sete meses, o INEM estava desprovido dos meios humanos necessários para garantir a regularidade da sua operação", adiantou Luís Montenegro.

O INEM anunciou quarta-feira medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos centros de orientação de doentes urgentes (CODU), como a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.

As medidas do INEM enquadram-se numa estratégia para melhorar a resposta, na sequência dos atrasos de atendimento. 

Com LUSA

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