Saúde e Bem-estar

Casos de vírus do Nilo Ocidental estão a aumentar na União Europeia

O ano passado foi o segundo com o valor mais elevado de casos diagnosticados entre os países da UE, só sendo superado pelos dados de 2018. A conclusão é da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos.

CANVA

Cláudia Machado

A explicação pode passar pelas “condições climáticas mais favoráveis à atividade de mosquitos”, explica desde logo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA), que publicou recentemente mais um relatório sobre a propagação de doenças transmitidas de animais para humanos na União Europeia (UE) e onde conclui que os casos diagnosticados de vírus do Nilo Ocidental estão a aumentar em território europeu.

O ano passado foi o segundo com o maior número de situações detetadas. Há registos de 1.133 infeções, sendo este total apenas superado pelos dados de 2018, com 1.612 doentes diagnosticados.

As alterações climáticas são apontadas como um dos fatores que mais alimenta a propagação deste tipo de doenças.

Em 2022, continua a AESA num comunicado publicado esta terça-feira, mais de 400 aves e 166 cavalos testaram positivo para o vírus que causa a febre do Nilo Ocidental, que se transmite principalmente através da picada de um mosquito. Foram também detetados casos em zonas até então incólumes, como o sul de França, a região norte da Alemanha e o sul de Itália.

Em Portugal, no ano passado “foram confirmados três focos de Febre do Nilo Ocidental, um no concelho de Alcácer do Sal, um no concelho de Portalegre e um no concelho de Castro Verde”, segundo informação disponibilizada pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.

Quais são as zoonoses mais frequentes?

As zoonoses - isto é, doenças que se transmitem dos animais para os humanos - mais reportadas na UE foram a Campylobacter e a Salmonella.

A primeira é uma bactéria que causa diarreia e que pode ser transmitida aos humanos através do consumo de carne mal cozinhada, particularmente de aves, ou através da contaminação cruzada de outros alimentos. A segunda é igualmente uma bactéria, sendo a carne de animais, o leite e os ovos os principais meios de transmissão, causando vários sintomas, desde vómitos, a febre, passando também pela diarreia.

No relatório, a AESA aponta para mais de 137.000 casos de Campylobacter reportados em 2022, liderando por isso a lista de zoonoses mais frequentes, sendo a “carne de frango a fonte mais comum de infeções”.

A Salmonella surge em segundo lugar, com 65.208 situações contabilizadas - em 2021, eram pouco mais de 60.000 casos. A AESA destaca, neste caso, que 19 Estados-Membros da UE e o Reino Unido “cumpriram com sucesso todas as metas estabelecidas para a redução de Salmonella em aves”.

Além disso, o número de caso destas duas doenças “mantém-se em níveis inferiores aos registados antes da pandemia”.

Com agências

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