Saúde e Bem-estar

Um dos "silly walks" dos Monty Python pode fazer bem à saúde

Um investigador inspirou-se no famoso episódio do grupo humorístico britânico para analisar os gastos energéticos das diferentes formas de caminhar.

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SIC Notícias

Um pontapé no ar, um saltinho, um novo pontapé, quatro passos para a frente, um à retaguarda e recomeça. E se andar pelas ruas a fazer esta coreografia? Pode parecer-lhe estranho, mas se for fã dos Monty Python talvez já esteja a reconhecer a rotina. Esta forma de andar faz parte do episódio Ministry of Silly Walks (Ministério dos Andares Estranhos, em português), protagonizado pelo grupo humorístico britânico, e agora é também mote para um estudo científico sobre exercício físico.

Um investigador inspirou-se nos estranhos andares que os atores inventaram e analisou se estas formas de caminhar seriam mais eficaz a queimar calorias do que um passeio normal. De facto, há uma forma de andar que, realmente, requer um gasto energético mais elevado: a caminhada do senhor Teabag.

Glenn Gaesser, professor na Universidade Estatal do Arizona, dedicou a sua carreira a estudar gastos energéticos produzidos pelo exercício físico. Perante uma sociedade cada vez mais sedentária, o investigador recorreu ao episódio dos Monty Python para perceber se uma forma de andar menos eficiente pode aumentar o número de calorias gastas.

“Sou um enorme fã dos Monty Python – eu não sei como alguém pode não ser fã dos Monty Phyton – e claro que o Ministry of Silly Walks foi um dos meus episódios preferidos”, explica à CNN Glenn Gaesser. “Qualquer pessoa que veja o vídeo sabe que aquilo parece uma ótima atividade física. Eu e os meus colegas tivemos esta ideia: não seria divertido ver qual o gasto energético daqueles andares esquisitos? Quantas calorias queimam?”

Foi com base nesta pergunta que o investigador desenhou o estudo, que contou com a participação de 13 pessoas. Numa primeira fase, os investigadores analisaram a respiração e energia gasta pelos participantes numa caminhada normal. Numa segunda fase, os mesmo participantes realizaram dois tipos de caminhada do episódio: a do senhor Teabag (John Cleese) e a do senhor Putey (Michael Palin).

Os resultados mostram que a forma de andar do senhor Putey tem uma intensidade muito semelhante a uma caminhada normal. Por outro lado, o modo de andar do senhor Teabag apresenta um gasto energético muito superior.

“Descobrimos que eles estavam a queimar praticamente 2,5 vezes mais calorias do que um andar normal. O que é realmente extraordinário”, afirma o professor. “Para dar perspetiva: andar como o senhor Teabag é muito semelhante a uma corrida a cerca de cinco ou seis milhas por hora [equivalente a oito ou 9,5 quilómetros por hora]”, acrescenta.

Com base nestes dados, Glenn Gaeser avança que se uma pessoa caminhar desta forma durante “aproximadamente 11 minutos por dia” ira atingir o nível de “alta intensidade” descrita nos guias de saúde pública norte-americana.

Apesar de ser um estudo de cariz humorístico, o investigador destaca a parte séria da descoberta, Glenn Gaese sublinha que se os indivíduos tornarem “a movimentação um pouco menos eficiente”, isso “permitirá que gastemos mais calorias” e, assim, deixaria de ser necessário “fazer atividade física” extra.

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