Pelo menos 11 milhões de “mortes evitáveis” em todo o mundo são provocadas por uma dieta pobre. Um número superior às mortes registadas por consumo de tabaco, cerca de oito milhões. A conclusão é de um estudo do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde publicado na revista científica The Lancet.
Em causa está a escolha de dietas pobres e a falta de consumo de alimentos saudáveis como vegetais e fruta. Apesar do açúcar e gorduras serem prejudiciais à saúde, a análise conclui que é a falta de comida saudável que causa mais mortes.
"Enquanto tradicionalmente as conversas sobre dietas saudáveis têm-se concentrado em reduzir a ingestão de alimentos não saudáveis, neste estudo mostramos que, em nível populacional, uma baixa ingestão de alimentos saudáveis é o fator mais importante, ao invés da alta ingestão de alimentos não saudáveis ", explicou um professor envolvido na investigação à CNN.
Os países mais e menos afetados
Em 2017, uma em cada cinco pessoas morreu devido ao elevado consumo de sal e à baixa ingestão de frutas e vegetais. Os registos apontam ainda que estas mortes acontecem principalmente por ataque cardíaco e AVC, seguidos por cancro e diabetes tipo 2.
Apesar da dieta variar consoante o país, o estudo mostra que os riscos de uma má alimentação se alastram globalmente e independente do estatuto socioeconómico, razão pela qual os especialistas defendem a “necessidade de melhorar a dieta a nível mundial”. Até mesmo nos locais onde é seguida a dieta mediterrânea, que contém mais frutas e legumes, as populações estão em risco, explicam.
Os países com a maior taxa de mortes relacionadas com más escolhas alimentares são o Uzbequistão, Afeganistão, Ilhas Marshall, Papua-Nova Guiné e Vanuatu. Por outro lado, as nações que registaram menos mortes foram Israel, seguido por França, Espanha e Japão.