Salomé Nascimento é artista e quando saiu de Lisboa para o Alentejo reparou no desperdício de plástico que a mudança ia provocar. Pegou nele e criou uma obra que agora é a peça central e o ponto de partida para uma exposição que cruza a arte, a ciência e a filosofia e que se baseia no no livro "A Estranha Ordem das Coisas" do neurocientista António Damásio.
"O livro foca-se na homeostase, um conceito da biologia, mas que se expande para a psicologia e para a sociologia. É o princípio regulador que nos mantém em sobrevivência, e isto é comum a um ser humano hiper complexo ou a um ser unicelular como uma amiba", explica ao Todas As Artes.
Para compor a exposição, convidou três artistas de três gerações: João Filipe Bugalho, a italiana Silvia Pallini e a alemã Paulina Dornfeldt.
"O Damásio faz-nos refletir como tudo vem da biologia. E como o princípio da homeostase é um princípio biológico, mas que a cultura vem deste processo de otimização da vida. E como a arte, a música, enfim... são tentativas de melhoramento da existência", diz Salomé Nascimento.
A exposição "Ordem das Coisas" vai estar até ao dia 12 de janeiro no Museu Nacional de História Natural e Ciência, em Lisboa. No encerramento haverá uma performance com o percussionista Iuri Oliveira.