Repórteres do Mundo

Recrutamento à força? O outro lado da guerra na Ucrânia

A guerra na Ucrânia enfrenta uma dupla crise: a escassez de armamento e a falta de pessoal militar. Com cada vez menos voluntários e um número crescente de baixas, o país recorre a medidas extremas para reforçar as suas tropas. Homens são recrutados de formas pouco convencionaus nas ruas, em cafés e até em discotecas, numa tentativa desesperada de preencher as fileiras do exército.

SIC Notícias

Anna, de 33 anos, vive momentos de angústia. O seu marido foi levado pela polícia após uma verificação de rotina e encontra-se agora num centro de mobilização, sem saber o paradeiro exato ou o que lhe espera, Anna escreve-lhe uma carta de amor, na esperança de que ele a receba.

“Disseram-me que ele estava a fazer testes médicos. Prometeram que me ligaria ontem, mas não aconteceu. Hoje estou aqui outra vez.”

Ela reconhece que o marido está legalmente obrigado a servir, mas questiona a forma como tudo aconteceu:

“Não há escapatória, ele vai servir. Mas gostava de saber onde estará e o que fará. Isto não devia ser assim. Se é obrigatório, que seja de forma humana.”

Kateryna, designer de joias, também viu o seu namorado ser levado numa operação de fiscalização de trânsito. Um dia depois, embarcou num comboio para o visitar, num reencontro marcado pela emoção.

“Foi um momento bonito em tempos difíceis.”

Em Kyiv, os memoriais multiplicam-se, as pessoas homenageiam os soldados que não voltaram. Por toda a cidade é visível o preço elevado da guerra.”

Anna, Kateryna e muitas outras mulheres e mães tentam manter a esperança. Recorrem ao apoio dos amigos, enquanto aguardam notícias destes solvados levados "à força".

Últimas