O sol quente bate longas horas na fachadas de um novo prédio em Haia, nos Países Baixos. Na rua estão mais de 30 °C, mas o interior está fresco e o ar condicionado não está ligado. Como é possível? A explicação está na construção e segundo a urbanista Nanda Sluijsmans há soluções simples e muito eficazes.
"Vemos já grandes beirais nos telhados, que proporcionam sombra. E acima disso, estores embutidos. O arquiteto pensou bem nisso. Estas medidas, ainda raras, deveriam ser obrigatórias em novas construções."
O professor Andy van den Dobbelsteen, especialista em sustentabilidade, diz que há um erro comum, quando se tenta evitar o calor de dentro para fora.
"Muitas vezes não é permitido colocar nada no exterior, por decisão do arquiteto, e as pessoas tentam resolver o problema por dentro. Mas aí o calor já entrou. E com casas bem isoladas, isso torna-se um problema no verão."
Mas não basta adaptar os edifícios. O ambiente urbano tem de ser redesenhado. Algo tão simples como a escolha de pavimento pode fazer a diferença. E o verde pode ser uma solução.
"Se as pedras forem escuras, pode chegar aos 50 graus ou mais. As folhas das plantas, por exemplo, provocam evaporação, o que ajuda a arrefecer o ambiente. As árvores grandes são cruciais para melhorar o microclima, mas, nos novos bairros, cortam-se as árvores antigas e plantam-se novas, que demoram 15 a 20 anos a fazer efeito."
A preocupação com o conforto térmico é transversal, mas mais acentuada entre os jovens. 46% dos neerlandeses entre os 18 e os 24 anos receiam que o calor e fenómenos extremos prejudiquem a qualidade de vida nas suas casas. Entre os 25 e os 34 anos, esse número sobe para 48%.
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