Os homens, com mais poder nas equipas de emergência, prometem progressões na carreira ou encobrimento de erros em troca de favores sexuais.
“Imaginemos que se comete um erro no protocolo. Há alguém que nos diz: Bem, vou denunciar-te se não fizeres sexo comigo. Eu respondi: denuncia-me. E ele disse: Pensa bem porque posso violar-te”.
Katie, uma antiga paramédica, lembra-se de os estagiários serem especialmente vulneráveis.
“Há por aí muitos homens que querem favores sexuais para aprovar ou contratar alguém”.
Durante anos, os relatórios geraram preocupações sobre o número de mulheres nos serviços de ambulância que eram assediadas por favores sexuais por parte dos colegas ou chefes. No centro do problema parece estar o enorme desequilíbrio de poderes, mas também uma cultura na qual as pessoas não se sentem seguras o suficiente para fazer queixa.
A diretora do serviço de denúncias do SNS não garante que as paramédicas estejam em segurança, mas diz que está empenhada em resolver a situação. “Não chega dizer que é horrível. Temos de agir diariamente”.