É uma novidade com cerca de 11 mil anos e chega a partir do sudeste da Turquia: os habitantes da aldeia Boncuklu Tarla já utilizavam piercings ou ornamentos faciais desde o início do Neolítico. A revelação foi feita pelo grupo de arqueólogos que estuda este antigo povoado, localizado na rota entre o Médio Oriente, a Europa, o Cáucaso e a Ásia Central.
Numa sociedade pré-histórica, que não tinha não escrita, é difícil entender o significado desta prática: tratar-se-ia de uma forma de identificação coletiva ou de uma afirmação individual, tal como é entendida hoje muitos milénios mais tarde?
Há pelo menos uma certeza: estes piercings, que tinham vários formatos, poderiam ser um sinal de maioridade, uma vez que apenas foram identificados junto a esqueletos de adultos.
As dúvidas são suscitadas por uma série de descobertas que integram mais de 100 mil artefactos, desenterrados no Norte do chamado Crescente Fértil, região incontornável para as migrações humanas que levariam a agricultura, a domesticação de animais, as cerâmicas e outras tecnologias da Pré-História para os quatro cantos do mundo.