Um ano depois de ter sido divulgado o estudo sobre abusos sexuais na Igreja Católica nos últimos 70 anos, os bispos portugueses receberam esta semana uma proposta do Grupo Vita para as indemnizações às vítimas. Noutros países, milhares de pessoas já foram indemnizadas por maus-tratos na infância e na adolescência. No Essencial, no Jornal da Noite desta quarta-feira, conheça a história de um milionário suíço e os traumas que sofreu em criança.
Tinha cinco anos quando foi institucionalizado e vítima de maus-tratos. Hoje, Guido Fluri luta pelos direitos de outros que sofreram abusos na infância. O empresário milionário suíço conseguiu 110.000 assinaturas a favor de indemnizações para vítimas que já não podiam recorrer à justiça devido à prescrição dos crimes.
Mais de 12.000 pessoas foram indemnizadas
A iniciativa levou a uma mudança na lei e na forma como a Suíça admitiu a injustiça a que muitos cidadãos foram sujeitos. 12.500 pessoas receberam uma compensação solidária pelo que sofreram na infância.
O processo de reparação de maus-tratos em lares de crianças, de trabalho infantil forçado e de abusos sexuais no contexto da Igreja teve início em 2014, mas esbarrou com muitos obstáculos até ter sido conseguida a aprovação.
Mario Delfino é um dos que viram reconhecidos os seus testemunhos. Os abusos sexuais começaram quando tinha 13 anos numa instituição católica. Não foi o único rapaz procurado pelo frade pedófilo. Recebeu uma reparação financeira de mais de 25 mil euros, através da iniciativa deste milionário suíço. Agora, a Fundação de Guido Fluri pretende levar o exemplo a outros países europeus, incluindo Portugal.
É 'Essencial' conhecer um caso exemplar de reconhecimento das vítimas de abusos na infância, numa altura em que a Igreja Católica portuguesa ainda não avançou com indemnizações.