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“Muitas pessoas da comunidade escolar continuam a defender a palmada pedagógica, isso não existe”

Manuel Coutinho, presidente do Instituto de Apoio à Criança, garante que se tivesse tido conhecimento dos maus-tratos na creche de Rabo de Peixe, teria atuado “no dia seguinte”.

Carolina Botelho Pinto

Quatro auxiliares de educação da Casa do Povo de Rabo de Peixe, nos Açores, foram esta terça-feira acusadas de 44 crimes de maus-tratos a crianças.

Imagens que a SIC divulgou em julho deste ano mostram empurrões, puxões de cabelo e tentativas de forçar as crianças a comer. Falamos de crianças com idades entre um ano e meio e os três anos.

Em entrevista à SIC Notícias, Manuel Coutinho garante que o Instituto de Apoio à Criança não tinha conhecimento dos casos e garante que, se tivesse havido alguma denúncia, teria atuado “no dia seguinte”.

“Há aqui uma falha, de quem sabia e não denunciou. Há que denunciar, sem medo de represálias”, defende.

O presidente do Instituto de Apoio à Criança sublinha que os pais devem estar vigilantes, mas que esta situação, embora grave, é “excecional”. Diz, ainda assim, que no seio da comunidade escolar, ainda há “muitas pessoas que continuam a defender palmada pedagógica”.

“A palmada pedagógica não existe. É lamentável. Boicota o desenvolvimento harmonioso das crianças, que ficam receosas e ansiosas.”

Lembra ainda que bater numa criança é crime público e que é possível denunciar este tipo de situações, mesmo de forma anónima, através da linha SOS Criança (116 111).

As quatro funcionárias acusadas de maus-tratos foram despedidas em agosto.

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