Quatro auxiliares de educação da Casa do Povo de Rabo de Peixe, nos Açores, foram esta terça-feira acusadas de 44 crimes de maus-tratos a crianças.
Imagens que a SIC divulgou em julho deste ano mostram empurrões, puxões de cabelo e tentativas de forçar as crianças a comer. Falamos de crianças com idades entre um ano e meio e os três anos.
Em entrevista à SIC Notícias, Manuel Coutinho garante que o Instituto de Apoio à Criança não tinha conhecimento dos casos e garante que, se tivesse havido alguma denúncia, teria atuado “no dia seguinte”.
“Há aqui uma falha, de quem sabia e não denunciou. Há que denunciar, sem medo de represálias”, defende.
O presidente do Instituto de Apoio à Criança sublinha que os pais devem estar vigilantes, mas que esta situação, embora grave, é “excecional”. Diz, ainda assim, que no seio da comunidade escolar, ainda há “muitas pessoas que continuam a defender palmada pedagógica”.
“A palmada pedagógica não existe. É lamentável. Boicota o desenvolvimento harmonioso das crianças, que ficam receosas e ansiosas.”
Lembra ainda que bater numa criança é crime público e que é possível denunciar este tipo de situações, mesmo de forma anónima, através da linha SOS Criança (116 111).
As quatro funcionárias acusadas de maus-tratos foram despedidas em agosto.