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Atraso no concurso da CP para compra de 117 comboios provoca perda de 191 milhões de euros em financiamento

Em causa estão duas impugnações ao concurso público, apresentadas pela espanhola CAF e pela suíça Stadler.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

Lusa

O atraso no concurso para a compra de 117 automotoras pela CP, devido a impugnações judiciais entre dezembro de 2023 e agosto de 2025, resultou numa perda estimada de 191 milhões de euros de apoio do Programa Sustentável 2030.

Em respostas enviadas à Lusa, na sequência da resolução aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros que "revê o calendário de despesa e as fontes de financiamento", o ministério das Infraestruturas esclareceu que o montante perdido será agora coberto "pelo Orçamento do Estado ou por novos programas de financiamento a definir".

Questionado sobre o novo calendário, o Governo referiu apenas que o contrato com o consórcio Alstom/DST, adjudicado em novembro de 2023, "será assinado nos prazos legalmente definidos".

Como noticiou a Lusa, em 5 de setembro, a CP confirmou que o efeito suspensivo de uma segunda impugnação ao concurso público, apresentada pela espanhola CAF, tinha sido levantado. Em julho, já tinha sido levantado o efeito suspensivo de uma primeira impugnação, apresentada pela suíça Stadler.

Em causa está a maior compra de sempre da CP, no valor de 819 milhões de euros, adjudicada ao consórcio liderado pela francesa Alstom para fornecimento de 62 comboios urbanos e 55 regionais. O projeto é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e foi contestado em tribunal pelas concorrentes CAF e Stadler.

Nas respostas enviadas à Lusa, o Governo esclarece que segundo o calendário previamente estabelecido, as automotoras serão entregues a partir de 2029, mantendo-se as fontes de financiamento originais: Fundo Ambiental, Programa Sustentável 2030 e Orçamento do Estado.

O atraso judicial entre dezembro de 2023 e agosto de 2025 provocou um impacto direto na execução financeira do projeto, destacando a necessidade de mecanismos de contingência para garantir a viabilidade do investimento público em transportes ferroviários.

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