País

Sistema informático do SNS em baixo, consultas e cirurgias em risco

O sistema informático interno do Sistema Nacional de Saúde (SNS) esteve "completamente inoperacional" durante a madrugada desta quinta-feira. Equipas técnicas estão a tentar resolver a situação e esperam normalização durante a manhã.

Tippapatt

Inês Duarte Coelho

Marta Ferreira

O sistema informático interno do Sistema Nacional de Saúde (SNS) esteve esta madrugada e início da manhã em baixo em vários hospitais. Os médicos ficaram sem acesso ao processo clínico dos doentes, ficando impossibilitados de executar exames ou fazer prescrições.

Os serviços partilhados do Ministério da Saúde confirmam que os sistemas de comunicação dos centros de saúde e hospitais estão com constrangimentos. Fonte oficial garante à SIC que as equipas técnicas estão a tentar resolver a situação esperando que tudo esteja a funcionar normalmente durante a manhã.

O serviço informático em causa é fornecido pela NOS e já foi feita uma atualização no software que provocou a instabilidade na rede.

A situação colocou consultas e cirurgias em risco. Caso não se resolva rapidamente ou coloque o trabalho dos médicos em causa, a FNAM deu indicações aos médicos para avançarem com escusas de responsabilidade.

Joana Bordalo e Sá, oncologista e presidente da FNAM, confirmava cerca das 9h00 desta manhã que "em alguns sítios" os sistemas ainda estavam "totalmente em baixo".

A presidente da FNAM indicou à SIC Notícias que o problema começou ainda durante a tarde desta quarta-feira e "esteve completamente inoperacional durante a madrugada". Perto das 10h00 indicava que o sistema no IPO do Porto "está a voltar lentamente" ao início da manhã, mas ainda com "muitos soluções".

No IPO do Porto ainda não é possível fazer prescrição eletrónica e ainda há muitos constrangimentos.

FNAM aponta responsabilidade à ministra da Saúde e primeiro-ministro

De acordo com a presidente da FNAM, a falha informática revela a "fragilidade tecnológica em que a ministra Ana Paula Martins e o primeiro-ministro Luís Montenegro mantêm o SNS".

A presidente da FNAM acusa o executivo de "falta de investimento sério em sistemas digitais que coloca em risco o trabalho não só de médicos e de todos os profissionais de saúde, mas, acima de tudo, a segurança dos doentes". Nesse sentido, sublinha que os médicos não podem ser responsabilizados por "falhas que resultam por inoperância governativa".

Joana Bordalo e Sá aponta ainda "responsabilidades políticas" nesta falha informática.

Falhas informáticas já afetaram consultas e cirurgias este mês

Recorde-se que no início do mês, os sistemas informáticos do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, também sofreram uma falha informática que afetou as cirurgias e consultas programadas.

A falha num equipamento informático obrigou o Hospital Beatriz Ângelo a ativar o plano de contingência, que, além das consultas, levou ao reencaminhamento dos doentes não críticos para os serviços de urgência de outras unidades hospitalares, tendo dificultado a consulta dos processos clínicos dos utentes.

No dia seguinte, foi iniciado o processo de reposição dos sistemas e começaram a ser recuperadas algumas funcionalidades, o que permitiu a suspensão do desvio para outros hospitais dos doentes não críticos e "retomar gradualmente o normal funcionamento" da urgência geral, segundo o hospital.

Últimas